Um casamento que dura há 36 anos. Assim pode ser definida a história de amor da professora Iara Alves Paganelli, de 66 anos, moradora do Águas Claras, e seu Chevette SL marrom de 1981, de mais de 96 mil quilômetros. Em quase quatro décadas, foram muitos os momentos vividos com o possante.

O carro, escolhido a dedo por um cunhado já falecido, veio de Jaraguá do Sul para ser o “Chevas” de dona Iara, nome pelo qual o veículo é chamado. A professora, que foi a segunda dona do veículo, conta que naquela época falava-se que Chevette era carro de mulher.

Para Iara, o carro tinha várias qualidades, como o seu conforto e o grande espaço no porta-malas. “Meu pai sempre falava que veículos da Chevrolet eram melhores, pois não davam problemas com mecânica e eram econômicos. Percebi que de fato isso acontecia e hoje o Chevette é minha paixão”, diz.

Daiane Benso

Iara, que durante 32 anos lecionou na Escola de Educação Básica Governador Ivo Silveira, no Águas Claras, conta que sempre carregou muitas coisas no automóvel, desde compras para casa e para a escola, até alunos, familiares e amigos. O possante também já fez várias viagens, como para Campo Largo e Curitiba, no Paraná, além de Florianópolis, Benedito Novo e Timbó, cidades onde possui parte da família.

“São muitas histórias no meu Chevette. Ele já levou muita gente. Na escola todo mundo o conhecia pelo ronco. Quando eu estava chegando, os alunos falavam ‘lá vem o Chevette da dona Iara'”, recorda.

No entanto, foi a solidariedade que fez com que Iara começasse a ir de carro para a escola, já que de sua casa até o educandário era apenas dois quilômetros e não havia necessidade de utilizar sempre o veículo.

Ela conta que havia um aluno que tinha Hemofilia, doença caracterizada por problemas de coagulação do sangue, e sua mobilidade era reduzida, então, como ele morava a caminho da escola, passou a levá-lo diariamente.

O veículo também já levou uma noiva até o seu casamento no bairro São Pedro, transportou alunos para o hospital e também para casa, além de levar sua irmã para o outro lado da cidade para fazer curativos em um doente.

Hoje Iara tem um Fiesta, que utiliza diariamente, já que o Chevette acaba ficando mais na garagem. Porém, o amor que ela tem pelo veículo é para sempre. “Ele sempre foi pau para toda obra. Proporcionou muitos passeios, momentos felizes e principalmente que eu ajudasse muita gente”, diz.