Uso do aplicativo WhatsApp motiva queda no número de linhas de celular

Pesquisa da Anatel aponta redução de 4% na quantidade de acessos móveis

Uso do aplicativo WhatsApp motiva queda no número de linhas de celular

Pesquisa da Anatel aponta redução de 4% na quantidade de acessos móveis

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou recentemente que o número de acessos móveis caiu 4% entre maio e outubro deste ano. A estatística é uma surpresa porque o mercado de telefonia móvel apresenta crescimento constante há anos. A explicação, para especialista ouvido pela reportagem, está no avanço dos aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp.

Segundo o levantamento da Anatel, de maio a outubro o número de acessos móveis caiu de 284 para 274 milhões, diferença de 10 milhões. Fernando Ornelas, consultor em Sistemas da Informação, avalia que este inédito decréscimo se deve ao avanço dos aplicativos de mensagens, não só de texto, mas também de voz.
“A tendência é que a telefonia Voip aumente no futuro”, afirma. A telefonia por Voz sobre Protocolo de Internet (Voip) utiliza a internet para fazer ligações. Este tecnologia está presente em vários aplicativos, como o Skype. Por pouco, ou mesmo de graça, o usuário consegue falar com qualquer pessoa pelo mundo.

Ornelas também ressalta o avanço dos mensageiros. O WhatsApp reina soberano nesta categoria. Mas também existem o Facebook Messenger, Viber, entre outros. “Aplicativos e sites de mensagens ganham mais espaço, porque é possível falar com qualquer um independente da operadora”, diz. Com isso, pessoas que antes tinham dois ou três chips passaram a ter um só, reduzindo a quantidade de linhas ativas.

Pesquisa da comScore publicada pela Federação Brasileira de Telecomunicações (Febratel) reforça esta leitura de 20151223_arquivo-20Ornelas. O estudo mostra que em 2013 os brasileiros passaram 63% do seu tempo online acessando a internet por meio móvel, ou seja, smartphones e tablets. A internet móvel tem avançado rapidamente sobre os desktops.

O especialista em Sistemas da Informação avalia que este crescimento dos aplicativos de mensagens em relação ao número de linhas de celular deve-se à qualidade da cobertura no país. Segundo ele, o 3G e 4G melhoraram e possibilitam que as pessoas se comuniquem com mais confiabilidade. A Associação Brasileira de Telecomunicações (Abratel) também fez pesquisa, a qual indica que a 4G já chegou a mais de 20 milhões de acessos no Brasil.

Na avaliação de Ornelas, os aplicativos devem ganhar ainda mais espaço no futuro. Ele afirma que com uma internet melhor as pessoas poderão usar o celular até mesmo para videoconferências. “Imagina você estar numa viagem e ter uma paisagem linda, e poder mostrar isso para as pessoas”, afirma.

Leonardo Rangel, gerente da loja da Ciacell, que representa a Vivo em Brusque, afirma que a maioria dos clientes que vão à loja buscam planos com internet móvel. A loja também vende aparelhos. “Os clientes já vêm atrás do smartphone com o sistema operacional que possa instalar o WhatsApp”, diz.

A Vivo tem adotado estratégias para tentar não perder espaço para os aplicativos. A operadora aumentou a quantidade de internet nos seus planos. Tim, Claro e Oi também lançaram mão de estratégias, como a liberação de ligações para qualquer operadora.

Geração conectada

A jovem Marina Montibeller é um exemplo de quem praticamente abandonou a ligação de voz para aderir aos aplicativos de mensagens. “Uso apenas internet para conversar com as pessoas. Eu utilizo o WhatsApp e o [Facebook] Messenger”. Ela afirma que é mais rápido.

Marina conta que tem meses que ela nem usa o celular para ligações. Às vezes, ela faz duas ligações, quando muito, no mês. A jovem diz que seus pais e até sua avó têm WhatsApp, o que facilita ainda mais a comunicação online.

 

 

 

 

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