Vereadores vivenciam as dificuldades enfrentadas por deficientes visuais e cadeirantes no Centro de Brusque

Felipe Belotto e Valmir Ludvig testaram a acessibilidade nas ruas da cidade

Vereadores vivenciam as dificuldades enfrentadas por deficientes visuais e cadeirantes no Centro de Brusque

Felipe Belotto e Valmir Ludvig testaram a acessibilidade nas ruas da cidade

Os vereadores de Brusque foram convidados pela Coordenadoria das Pessoas com Deficiência e também pelo Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência para testar a acessibilidade das ruas e calçadas do município.

Os vereadores Valmir Ludvig (PT) e Felipe Belotto (PT) aceitaram o desafio e, na tarde de ontem, saíram pelas ruas da cidade com vendas nos olhos e cadeiras de rodas para sentir na pele as dificuldades que os deficientes sentem na hora de se locomover em Brusque.

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Na companhia dos deficientes visuais Sidnei Pavesi, Sidnei Knhis e Rubens Bastiani, Ludvig e Belotto saíram da Praça da Cidadania, passaram por dentro do Shopping Gracher, seguiram pela avenida Cônsul Carlos Renaux em direção à travessa Guilherme Krieger e retornaram ao ponto inicial.

No curto trajeto, os dois vereadores já perceberam os desafios que os deficientes enfrentam todos os dias ao circularem nas ruas de Brusque. Ludvig iniciou com a cadeira de rodas, enquanto Belotto teve os olhos vendados e foi guiado por Pavesi. “Guiado pelo Sidnei, por incrível que pareça, me senti seguro, consegui enxergar o mundo com outros sentidos, mas também percebi as dificuldades e os obstáculos que surgem. O toldo em frente a uma loja na avenida Cônsul Carlos Renaux foi um dos principais”, diz Belotto.

No caminho de volta, os papeis se inverteram. Ludvig foi guiado por Pavesi, e Belotto utilizou a cadeira de rodas. “Foi uma experiência muito interessante. Fui muito seguro andando com o Sidnei, mas percebi as dificuldades nas calçadas e a possibilidade de mobilidade para os deficientes fica muito reduzida”, diz Ludvig

Para Belotto, a parte mais difícil foi usar a cadeira de rodas. “Usando a cadeira sozinho foi muito mais difícil. Me coloquei no lugar de tantas pessoas que já fizeram esse trajeto que fiz agora e vi o quanto é complicado. Sem ajuda para se locomover na cadeira de rodas, tive muita dificuldade ali na travessa Guilherme Krieger e quase caí várias vezes. É praticamente impossível andar de cadeira de rodas sozinho”, afirma.
Conscientização

O diretor da coordenadoria, Sidnei Pavesi, destaca que a ação teve como objetivo conscientizar as pessoas das dificuldades enfrentadas pela classe. “É uma experiência importante e com essas duas pessoas do legislativo tendo essa experiência, sentindo como é ser deficiente, será mais fácil no momento em que eles forem elaborar as leis, darem essa atenção para as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida”, diz.

De acordo com ele, as barreiras arquitetônicas são difíceis, mas é possível ser enfrentada, no entanto, as barreiras de atitude ainda precisam ser vencidas. “Questão das barreiras arquitetônicas é importante, mas é mudando a cabeça das pessoas, é que teremos modificações concretas. Queremos mostrar que os deficientes são capazes de buscar seu direito na sociedade”.

Para Belotto, a experiência vai servir para que os deficientes sejam mais ouvidos na sociedade. “A cidade ainda tem pequenos muros que impedem o acesso de todos. Não ficamos 15 minutos nesse papel e já percebemos as dificuldades. Com isso, poderemos reforçar esse apelo da responsabilidade das pessoas em cuidar de suas calçadas. Se no centro é difícil, imagina nos bairros”, destaca.

Audiência pública

Nesta quinta-feira, 13, a partir das 18 horas, na Câmara de Vereadores, acontece a audiência pública que vai discutir a legislação para as pessoas com deficiência. “O objetivo da audiência será verificar toda a legislação existente no município para as pessoas com deficiência, atualizar e o que já está sendo feito e acrescentar novas medidas para que os direitos dessas pessoas sejam cumpridos. Nós como legisladores precisamos ficar atentos sobre esse assunto e ter sensibilidade para transformar em leis aplicáveis condições que possibilitem maior qualidade de vida para todos”, ressalta Ludvig.

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