Vida no campo: conheça a rotina de família que cria gado de leite e produz queijinho e nata, em Guabiruba

Na casa dos Petermann, o barulho dos carros e todos os ruídos da cidade dão lugar ao som forte das vacas e dos pássaros

Vida no campo: conheça a rotina de família que cria gado de leite e produz queijinho e nata, em Guabiruba

Na casa dos Petermann, o barulho dos carros e todos os ruídos da cidade dão lugar ao som forte das vacas e dos pássaros

A cidade ainda dorme e tudo está escuro quando começa mais um dia de trabalho na propriedade da família Petermann. Faça chuva ou sol, seja no verão ou no inverno, a rotina é a mesma. 

Às 4 horas, Fabiano Petermann, 32 anos, se levanta e vai em direção à propriedade, no Lageado Baixo, em Guabiruba, praticamente no limite com a localidade da Cristalina, em Brusque.

Lá, começa a preparação para tirar o leite das vacas. Tudo precisa estar pronto às 5 horas, quando inicia a ordenha dos animais. “É sempre essa rotina, não tem sábado, não tem domingo. Todo dia é a mesma coisa”, diz.

Na propriedade, além de Fabiano, trabalham o pai, José Carlos Petermann, e a mãe, Maria Salete Petermann. Outros membros da família também auxiliam quando tem uma folga de suas atividades.

Fabiano é responsável pela ordenha das 34 vacas da família e também pela plantação e o trato dos animais. É ele também que, durante a tarde, guia as vacas para o pasto.

Maria Salete é responsável pela fabricação do queijinho e da nata, produtos derivados do leite ordenhado das vacas. O queijinho e a nata são produzidos frescos, todos os dias.

José Carlos e Fabiano Petermann se orgulham do trabalho no campo | Foto: Bárbara Sales

Em média, a família produz 60 quilos de queijinho e mais 40kg de nata diariamente. Os produtos são distribuídos em supermercados, armazéns e padarias da região. José Carlos é o responsável pela distribuição dos produtos nos estabelecimentos. Ele também ajuda a dar o trato para os quase 50 animais da propriedade, entre vacas e novilhos.

Na casa dos Petermann, o barulho dos carros e todos os ruídos característicos da cidade, dão lugar ao som forte das vacas e dos pássaros que, vez ou outra, quebram o silêncio que impera naquele cantinho de Guabiruba.

Uma vida na lavoura

A família sempre tirou o sustento da agricultura. José Carlos cresceu vendo a mãe cuidar dos animais. A família chegou a plantar fumo por um período para a Souza Cruz.

“Me criei na lavoura com gado de leite. Meu pai trabalhava fora e minha mãe que cuidava da criação, eu e meus irmãos aprendemos com ela”, conta José Carlos.

O agricultor nunca pensou em sair do campo e trabalhar com outra coisa. Fez a vida com aquilo que a terra e os animais dão.

“Nunca quis sair, fazer outra coisa. Me acostumei aqui, trabalhando assim. Não sei fazer outra coisa. Hoje já não consigo mais sair”.

Fabiano, por sua vez, fez escolhas diferentes do pai. Ele também cresceu no sítio e sempre gostou de estar em contato com os animais e a natureza. Entretanto, tinha uma curiosidade de saber como era trabalhar em outro ambiente. Em 2008, decidiu realizar um de seus sonhos: ser caminhoneiro.

Fabiano cuida das mais de 30 vacas de leite da família | Foto: Bárbara Sales

Durante a nova rotina, nunca deixou completamente de lado o trabalho na propriedade. Sempre que tinha um tempo, estava lá para ajudar. A vida fora da agricultura durou quatro anos. Fabiano decidiu que seu lugar era mesmo na terra, perto dos animais.

“Eu tinha esse sonho de trabalhar com caminhão, mas vi que não era bem aquilo que eu pensava. Não me acostumei fora, tive que voltar”, diz.

A ida para uma nova rotina de trabalho, porém, serviu como lição. Hoje, Fabiano valoriza ainda mais a vida que seus pais levam e a que ele também escolheu. “Eu tinha que ir. Se não tivesse ido, ia ficar com aquilo na cabeça. Foi bom para ver que eu realmente gosto daqui”.

O pai apoiou a vontade do filho e deu liberdade para escolher o que achava melhor para sua vida, mas no fundo, sempre acreditou que o filho voltaria e seguiria os seus passos.

“Eu deixei ele à vontade. Sempre estaríamos aqui. Ele poderia voltar quando quisesse”.

Sem folga

O trabalho na propriedade que começa muito cedo, bem antes dos primeiros raios de sol aparecerem, não tem hora para acabar. Fabiano começa às 4 horas, faz um intervalo para almoço de uma hora e meia e depois só volta para casa quando já está escuro, perto das 21 horas.

“É bastante trabalho. Sempre tem muita coisa para fazer. Não é qualquer um que aguenta, realmente tem que gostar muito. Aqui não dá para deixar para amanhã o que não deu para terminar. Tem que deixar tudo pronto, não importa a hora, porque no outro dia começa tudo de novo”, observa Fabiano.

Vacas produzem, em média, 400 litros de leite por dia | Foto: Bárbara Sales

Quando se vê o queijinho e a nata prontos para serem comprados e consumidos, muitas vezes pode passar batido todo o trabalho que se teve para que os produtos cheguem até a mesa dos moradores de toda a região.

A família Petermann, por exemplo, trabalha sem folga para poder tirar o leite diariamente e cuidar dos animais. Em média, são produzidos 400 litros de leite por dia, que se transformam na nata e no queijinho encontrados nas prateleiras dos supermercados. 

“Não tem feriado, não tem Natal. Estamos sempre aqui. Somos felizes e orgulhosos pela nossa profissão”.

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