VÍDEO – Luan Carlos analisa má sequência em casa e falta de reação após Brusque x Bahia

Abatido após a derrota, treinador esboça autocrítica e explica elementos do trabalho com o elenco

VÍDEO – Luan Carlos analisa má sequência em casa e falta de reação após Brusque x Bahia

Abatido após a derrota, treinador esboça autocrítica e explica elementos do trabalho com o elenco

O técnico Luan Carlos respondeu às perguntas dos jornalistas após a derrota do Brusque para o Bahia, nesta terça-feira, 28, pela 15ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

Luan Carlos analisou o desempenho da equipe na partida, ressaltando os melhores momentos ofensivos e a dificuldade do Brusque em reagir após sair atrás no placar. Também comentou questões como a sequência de derrotas em casa, a pressão e as críticas que vem recebendo e os trabalhos ofensivos e defensivos.

Assista à coletiva abaixo e leia algumas aspas:

O jogo

“Principalmente este segundo gol tirou muito a gente da partida, e complicou muito as nossas ações para o decorrer do jogo. No geral, acredito que a equipe se comportou da forma com que a gente tinha trabalhado.”

“Claro que a gente sentiria a questão do cansaço, vejo que o Zé [Mateus], o Rodolfo e o Balotelli tentaram dar a sustentação que a gente pediu para dar a profundidade com os três atacantes. Infelizmente não surtiu efeito nas conclusões, a gente não conseguiu ter a eficácia do gol e sofremos mais uma derrota, que dói bastante.”

Hoje a gente criou muito, a gente chegou, rondou a área do adversário, mas talvez não com a frequência necessária para empatar o jogo. E talvez aí foi onde a gente não conseguiu diminuir o placar e encostar, porque a gente não conseguiu ter sequência nas ações ofensivas. Então, isto também dificultou as nossas ações. E num momento crucial para termos um jogador com características de centroavante no jogo, o Crislan sente cãibras, e aí a gente perde um jogador que estava segurando os dois zagueiros e dificultou ainda mais as nossas ações ofensivas.”

Problemas ofensivos

“A gente chegou aqui no Brusque e tentou fazer com que o sistema defensivo fosse um pouco mais equilibrado. A ideia era trazer uma marcação mais agressiva, um time que conseguisse subir os blocos de forma compacta, aproximar as linhas de marcação. E nos poucos treinos que tive, tentei fortalecer bastante estes comportamentos.”

“Na fase ofensiva, a gente trabalhou bastante para ter esta saída de três com qualidade, para ter esta sustentação entre linhas. Infelizmente, alguns jogadores com características interessantes para o ataque estão retornando só agora. O Crislan já está conseguindo fazer mais de um tempo, o Fernandinho faz ainda um tempo e consegue dar uma dinâmica também. Vejo que são vários fatores que colocam em xeque nosso setor ofensivo e dificultam nossa forma de jogar, principalmente em casa, onde a gente tem que propor mais o jogo, tem que sair com mais qualidade.”

Falta de reação

“Infelizmente, temos tido dificuldade com estas reações em relação ao gol adversário. A gente tem tido um pouco de dificuldade porque cria uma expectativa e acaba sofrendo o gol. Isto acaba dificultando muito as ações para o decorrer da partida.”

“O nosso time, pela qualidade que tem, consegue ter um pouquinho mais de paciência para abrir estes espaços, porque não é só o Brusque que está aproveitando resultados fora de casa. Está se tornando uma tônica do campeonato porque as equipes têm se organizado muito para fechar espaços e os mandantes estão tentando atacar de qualquer maneira. E, de qualquer maneira, você não ganha jogo. Tentando ser vertical o tempo todo, você não vai conseguir concluir com qualidade. Vai bater e voltar.”

Acho que talvez um pouco mais de paciência para circular, trocar corredor, e essa paciência, quando a gente toma o gol, se vai. A gente acaba tentando acelerar demais e confundindo velocidade com pressa, dificultando as nossas ações.”

Autocrítica

“Não era esse o contexto que eu imaginava [ao chegar a oito jogos no comando do time]. Eu sabia que era pouco tempo para trabalhar os atletas, mas imaginava que a gente equilibraria a equipe mais rápido. Acabei tentando potencializar alguns comportamentos na equipe de que eu sentia falta. Esta agressividade, esta competitividade que é muito marca do clube. Mas ao mesmo tempo a gente foi percebendo algumas dificuldades nas ações ofensivas, questões individuais, coletivas.”

Se a gente avaliar o resultado, há só coisas negativas. Três derrotas em casa. Mas eu preciso analisar o contexto do trabalho, o que os jogadores estão entregando, e agora eu estou entendendo mais, sentindo mais do nosso grupo, qual perfil de jogo que este grupo gosta, qual o perfil de jogo que eles abraçam. Também estou fazendo esta análise, esta reflexão que é individual, minha, como treinador.”

“Vejo que a gente tem um time que consegue ficar, sim, circulando bem a bola. A gente só precisava achar este equilíbrio nas transições defensivas. Talvez eu pesei muito a mão neste sentido e acabei focando muito nesta compactação de defesa, ações de controle de espaço, que era algo que a gente via que estava com dificuldades.

“No jogo de Londrina, no jogo de São Luís, a gente percebeu estee distanciamento das linhas e tentou corrigir. Agora, claro que pode ter havido um efeito colateral, e a gente acabou perdendo um pouco da eficência e eficácia ofensiva. Quando cheguei, as falas eram de que a gente perdia muitos gols, tava criando muito, mas eram muitos gols perdidos. E a gente acabou diminuindo muito essas ações de último terço.

Voltando de lesão

“Meu papel como treinador é tentar potencializar os jogadores. Com o pouco tempo, tentei fazer isso ao máximo. Acredito ter a consciência muito tranquila daquilo que tentei entregar ao grupo no sentido de desenvolvimento. Acreditei em cada jogador, acredito em cada jogador. Penso muito no desenvolvimento individual para potencializar o coletivo. E percebi que, dentro das características que a gente tem, a gente precisava de um centroavante como o Crislan. Por isso forçando ao máximo ele. Precisava de um jogador de ruptura como o Fernandinho, por isso forçando ao máximo ele. Não que os jogadores não tinham qualidade para entregar, mas não tinham característica.”

“A gente acabou tendo que voltar de forma precipitada com o Fernandinho, que está bem, está tentando. O Crislan, da mesma forma. E aí o preço é alto, porque é o trabalho sujo. De voltar os atletas, de dar ritmo a eles, passar confiança. Mas o preço é alto, o treinador tem que pagar o preço, é normal. Mas, em relação a deixar este legado nesta volta dos meninos, condicionando eles para jogo. Tem que ter coragem para fazer isto.”

Porque quando perde o jogo, o torcedor não quer saber se o Crislan pode ou não iniciar uma partida, se o Fernandinho pode ou não fazer 45 minutos. O torcedor quer ganhar o jogo, mas ao mesmo tempo, tenho que pensar em potencializar a equipe para o resto do campeonato. Vejo o Fernandinho e o Crislan muito importantes. Daqui a pouco, se forçar uma barra com eles, perde por dois, três meses, acabou a competição e é um prejuízo técnico e financeiro ao clube. Neste sentido tive muita ponderação e tentei ao máximo estimular cada jogador, e de forma geral, a equipe também.”

Pressão e críticas

“A pressão é natural, inerente ao futebol. É aqui no Brusque, no Atlético-CE, no Brasiliense, no Caxias. É muito natural, o torcedor quer o resultado. Mas costumo dizer aos jogadores que ninguém sabe do que a gente precisa aqui dentro. Por mais que o torcedor esteja empenhado em apoiar, em buscar a vitória, a gente também está. Mas há as deficiências, aquilo que precisa ser corrigido, e isto exige tempo e trabalho. Isto é muito importante, e claro que o torcedor, na emoção e na torcida, tem o direito, o dever de cobrar.”

Eu não fui unanimidade na contratação. Quando fui anunciado, o torcedor não recebeu de forma muito positiva. Então, eu já sabia disso. Eu não sou um treinador que está na prateleira da Série B. Eu tenho convicção disso. Sou um treinador iniciando a carreira e estou tentando me qualificar ao máximo para dar o retorno nos clubes que confiam no meu trabalho. Então tenho muita honestidade intelectual de entender aquilo que eu posso ou não entregar.”

“Eu vejo algumas avaliações externas. Entendo e respeito. Com algumas eu concordo, com outras não, porque avaliar sem o conhecimento interno necessário é complicado. E infelizmente o torcedor consome muito as informações e tira suas próprias conclusões. Aí a gente perde o jogo e as conclusões são ainda piores em relação a meu trabalho. Mas como disse para vocês, estou com a consciência muito tranquila daquilo que foi trabalhado, daquilo que está sendo trabalhado.”

“A gente tem que deixar algo positivo, algo para desenvolvimento futuro. Com certeza o Waguinho deixou algo, e daqui a pouco, eu pude colher. Daqui a pouco, na minha saída, outro treinador vem e colhe algo também, é natural. Quando escolhi ser treinador de futebol, sabia das dificuldades que aconteceriam. E pela questão da idade, pela questão de não ter sido atleta também pesa muito, o torcedor ainda coloca mais este ingrediente na pressão. É natural, estou muito preparado para isto, entendo e absorvo bem. Filtro bem, não tenho nenhum problema direto em relação a isto. Concordando ou não, entendo todas as críticas, entendo a frustração do torcedor e respeito demais.

Derrotas em casa

“Acho que cada jogo que a gente perdeu aqui em casa teve um contexto diferente, mas todos decididos em detalhes. Este campeonato está muito perigoso e equilibrado. Os jogos estão sendo resolvidos nestes detalhes. A gente precisa ter muito cuidado em relação a isto, porque o Bahia é um time que com certeza vai bater o acesso, pela qualidade, pelo investimento que tem. E a gente sabia que o mínimo detalhe de erro faria com que a equipe finalizasse em gol com qualidade, tendo em vista os nomes que eles têm no setor.”

“Infelizmente, a gente acabou pecando e sofrendo o gol. A eficácia do Bahia predominou hoje. Não foi o caso do Ituano e nem do Náutico. Foram contextos diferentes. Contra o Ituano a gente sofre o gol muito cedo e desestabiliza toda a equipe. Tentamos voltar para o jogo, mas aí teve a expulsão do Rodolfo. E a questão do Náutico com dois gols muito rápidos. Então são contextos diferentes, mas sei que no final de tudo, pesa, porque são três derrotas, três derrotas em casa. O torcedor não aceita este tipo de situação. A gente fica muito triste por isso, mas o resultado, infelizmente, foge do nosso controle. O que a gente tenta controlar é rendimento, comportamento, treino.”

“A gente sabia que seria muito difícil enfrentar o Bahia. E talvez o resultado negativo contra o Bahia não pesasse tanto se não fossem os tropeços contra os concorrentes diretos. Porque o Bahia é uma equipe que tem investimento de Série A e provavelmente vai carimbar o acesso com antecedência. Vai brigar por título na competição, pelo elenco que tem. Mas o que pesa muito é a soma do contexto. As derrotas para os adversários diretos. Isto foi muito negativo.”

“E a questão da sequência é a gente analisar com muito cuidado, muita paciência, e ver, principalmente o que a gente tem de desgaste dos atletas, recuperação dos jogadores, e tentar fazer o máximo para dar um retorno positivo o quanto antes perante o torcedor. Sei que a necessidade da vitória em casa é grande, fundamental. Tem um confronto direto contra o Operário e a vitória tem que vir.”

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