Vigilância Epidemiológica do estado alerta para a vacinação contra o sarampo

Brusque não possui registros recentes da doença e cobertura vacinal é de mais de 70% nas duas doses

Vigilância Epidemiológica do estado alerta para a vacinação contra o sarampo

Brusque não possui registros recentes da doença e cobertura vacinal é de mais de 70% nas duas doses

Após o registro de casos de sarampo em Rondônia, a campanha pela vacinação em Santa Catarina foi intensificada. O último caso da doença no estado foi registrado em 2013, e não houve mortes em decorrência do sarampo desde o início da década de 1990. Em Brusque, não há registros recentes de casos de sarampo.

A campanha pela vacinação é intensificada pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), que informa que cerca de 30% das crianças que deveriam ter sido imunizadas no ano passado ainda não receberam a vacina.

Segundo Natália Cabral Marchi, enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Brusque, o município apresenta cobertura vacinal referente à tríplice viral – vacina para rubéola, caxumba e sarampo – de 93,9% na primeira dose: das 1657 crianças, 1556 receberam a vacina. A segunda dose foi aplicada à 1444 crianças, totalizando 87,15% de cobertura.

A primeira dose da VTV é realizada aos 12 meses de idade, e a segunda, aos 15 meses, deverá ser a tetraviral (para caxumba, rubéola, sarampo e varicela). Na ausência da tetraviral, deve ser feita a vacina VTV e também a varicela monovalente. Considerando uma população de 1657 crianças, 1202 receberam a tetraviral, totalizando 72,54% de cobertura. A população em geral deve receber duas doses da VTV até os 29 anos e, a partir dos 30, uma dose. A vacina não deve ser aplicada em gestantes.

“Como houve um desabastecimento da tetraviral por um pequeno período, é preciso considerar, para a cobertura de segunda dose, a VTV e a tetra”, explica a enfermeira, que afirma que a procura pela vacina contra o sarampo é rotina nas salas de vacinação de Brusque.

Histórico
Segundo a Dive-SC, o sarampo foi, até meados da década de 1980, uma das principais causas de morbimortalidade (índice de pessoas mortas em decorrência de uma doença específica dentro de determinado grupo populacional), especialmente entre crianças menores de 5 anos.

Em 1992, foi implantado o Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, com a Campanha Nacional de Vacinação de menores de 15 anos. Assim, houve uma redução no número de casos: em Santa Catarina, a incidência a cada 100 mil habitantes caiu de 32,5 em 1991 para 0,6 em 1992, e 0,17 no ano seguinte.

A ocorrência manteve-se abaixo de 1 a cada 100 mil habitantes até 1996, porém, em 1997, o país enfrentou uma epidemia da doença. No estado, foram confirmados 491 casos, elevando a incidência para 9,9 por 100 mil habitantes. Após a erradicação, o último caso foi notificado em Itajaí, no ano 2000.

No Brasil, os últimos casos foram registrados em 2015, durante surtos da doença nos estados do Ceará, São Paulo e Roraima. Em 2016, o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo, e a região das Américas foi declarada livre do vírus.

Porém, desde julho de 2017, a Venezuela apresenta surtos de sarampo, e o caso registrado em Roraima foi “importado” do país vizinho. Devido à proximidade geográfica e o fluxo migratório na fronteira, pode-se explicar a propagação do vírus para a região brasileira.

Casos de sarampo também têm sido reportados em países da Europa e da África, e a expansão e espalhamento do vírus acontecem quando há movimentação entre os continentes, em situação de desastres naturais, guerras e fluxo de refugiados.

Em Santa Catarina, os últimos registros, nos anos de 2003, 2005 e 2013, são de pacientes com histórico de viagens internacionais.

Transmissão e sintomas
O sarampo é uma doença viral infecciosa, transmissível e contagiosa. É mais comum na infância, e os sintomas mais apresentados pelos doentes são febre, tosse, irritação nos olhos e corrimento no nariz. Após esses sintomas, ocorre, geralmente, o aparecimento de manchas avermelhadas, que progridem do rosto em direção aos pés e duram no mínimo três dias.

Pode ocorrer também infecção nos ouvidos, pneumonia, convulsões, lesões cerebrais e até mesmo levar à morte. A doença atinge mais gravemente crianças recém-nascidas, gestantes, portadores de imunodeficiência e desnutridos.

A doença é transmitida através de secreções expelidas pelo doente ao tossir, espirrar ou falar. O vírus pode ser transmitido de quatro a seis dias antes do aparecimento das manchas na pele, e até quatro dias após. Em caso de suspeita de sarampo, deve-se procurar uma unidade de saúde e evitar circulação em locais públicos, para não espalhar o vírus.

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