Nas últimas semanas, a violência
tem sido o prato do dia no noticiário. Não só a violência do trânsito ou a violência
urbana, causada pelos bandidos “oficiais”. Parece que a violência como simples
método de extravasar o próprio descontentamento ou a própria burrice já habita
o cotidiano.

Em várias partidas de futebol,
cenas de brigas de torcida horrorizaram os amantes do futebol e da vida
civilizada.

Nas manifestações dos professores
do Rio de Janeiro ou na invasão do Instituto Royal, no interior de São Paulo,
os episódios de violência extrema foram a tônica. Os chamados “black blocs” já
são figurinhas carimbadas em qualquer manifestação. Os episódios de depredação
de patrimônio público e privado tiram a legitimidade das reivindicações que são
acompanhadas desses vândalos. Daí a suspeita de que eles sejam agentes de quem
tem a perder com as manifestações populares.

Independente da origem, os “black
blocs” são insatisfeitos profissionais que, por falta de qualquer coisa
relevante pelo que despender sua energia, encontram na violência uma válvula de
escape, maquiada por qualquer vaga ideologia ou interesse escuso. Daí poderem
ser facilmente agenciados por quem tem interesse na baderna.

Quanto aos ativistas que
mostraram o rosto na invasão do Instituto Royal, também são responsáveis por
vandalismo e violência. Independente da justiça da “causa” pela qual lutaram,
não podemos tolerar que se afronte o Direito, ao se pretender legalizar um crime
sob o manto do ativismo. As denúncias de maus tratos contra ao animais no tal
instituto estavam sendo investigadas, e caberia ao poder público tomar as
medidas necessárias. Então, um grupo que se denomina “ativista” imagina que
essa alcunha lhes dá o direito ao “exercício arbitrário das próprias razões” e
à “invasão de propriedade particular”, ações tipificadas como crime no Código
Penal. Ademais, a invasão atrapalhou as investigações do Ministério Público, o
que acrescenta o adjetivo “estúpido” ao ato.

Ainda, durante a Jornada Mundial
da Juventude, grupos de “ativistas” fizeram manifestações infames e espúrias,
utilizando símbolos religiosos, sob o olhar complacente das autoridades.

Quando a violência começa a se
banalizar, é sinal de que o vazio da existência já se tornou insuportável. A
violência é uma espécie de droga, utilizada por quem deixou os apetites
dominarem a razão e percebe que a satisfação deles não dá sentido a nada. Ou a
Justiça enquadra esses criminosos ou eles destruirão o que ainda nos resta de
“Estado de Direito”.