Visitantes não respeitam regras no Zoobotânico

Regras do Ibama, como afastamento mínimo da jaula, são obrigatórias; porém, alguns visitantes não respeitam

Visitantes não respeitam regras no Zoobotânico

Regras do Ibama, como afastamento mínimo da jaula, são obrigatórias; porém, alguns visitantes não respeitam

Na última semana, um menino de 11 anos foi ferido por um tigre no zoológico de Cascavel, no Paraná. A criança ultrapassou a cerca de proteção para alimentar o animal e teve o braço dilacerado. Como não havia forma de reconstrução do membro, os médicos tiveram de amputá-lo. A notícia repercutiu no país inteiro e questões como a segurança dos zoos e a negligência dos pais foram levantadas. Em Brusque, o caso também ecoou. O zoológico da cidade – Zoobotânico -, no entanto, afirma que segue todas as normas do Ibama.

O afastamento mínimo de 1,5 metros entre a jaula e os visitantes ou uma barreira física – vidro, por exemplo – que impeça o contato, são algumas umas das regras da Instrução Normativa do Ibama nº 169/08. Segundo o superintendente do Zoobotânico, Vilson Moresco, as normas são respeitadas nas jaulas dos cerca de 70 animais do local. Em todas elas, o limite de 1,5 metro é seguido. No serpentário e na jaula do gorila, no entanto, existe a divisão física (vidros e muro alto, respectivamente).

No último domingo, 3, o zoo recebeu cerca de 600 visitantes. Para fiscalizá-los e orientá-los a respeito das regras de segurança, dois tratadores, cinco monitores e cerca de três estagiários de biologia circulam pelo local no final de semana. Porém, mesmo que o Zoobotânico siga as normas do Ibama e mesmo que os monitores repassem as regras aos visitantes, alguns deles não as seguem. “Algumas pessoas – crianças e adultos – insistem em ultrapassar as barreiras para passar a mão nos animais ou para alimentá-los. Assim, colocam eles próprios em risco e o animal”, explica o superintendente.

Rodrigo de Souza, um dos biólogos do zoo, afirma que já avistou casos em que os próprios pais são os responsáveis por ultrapassar os limites. “No espaço do chimpanzé, eu já avistei pais erguendo os filhos por cima do muro para mostrarem o animal”. Além do risco de afogamento – depois do muro há um pequeno lago -, a criança pode ser atacada pelo chimpanzé. “É falta de responsabilidade pura dos pais. É a prova de que os animais não são culpados pelos acidentes em zoológicos, mas sim os homens, que não respeitam o ambiente deles”.

Rodrigo também critica a cultura brasileira de achar que os animais dos zoológicos estão no circo e precisam fazer “palhaçadas e brincadeiras”. “Alguns acham que podem fazer qualquer coisa com o animal. Como por exemplo atirar pedra para que eles se mexam. Mas não pode. É preciso respeitá-los”, diz. Nas jaulas das duas pumas e das duas onças pintadas, os visitantes são vistos com frequência ultrapassando a barreira limite. Segundo Vilson, é impossível fiscalizar cada um deles. “Prezamos pela segurança do animal, o visitante precisa cuidar da dele próprio. O bicho não sabe das regras, o humano sabe “.

Desde 2009, época em que a atual diretoria assumiu, nenhum ataque a visitantes foi registrado. “Às vezes os biólogos e os tratadores levam pequenas mordidas ou arranhões. Mas é normal, já que lidamos com o animal”, conta o biólogo. Rodrigo ressalta também que não há contato direto com os animais nas jaulas, apenas através das cercas. “Precisamos ter um contato mais próximo para verificar as condições físicas e a saúde do animal”.

Para aprimorar a segurança e fiscalizar melhor os 120 mil m² do Zoobotânico, a diretoria solicitou recursos junto aos governos federal e estadual. Com a verba, serão adquiridas 90 câmeras de vigilância. Porém, o projeto está em trâmite há três anos no governo federal e há seis meses no estadual, sem prazo definido para a aprovação.

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