Everton Cunha é condenado a prisão pela morte de casal em acidente de trânsito
Julgamento foi realizado nesta sexta-feira, 23
Everton Cunha, 25 anos, foi condenado a nove anos e seis meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pelo homicídio de Silciane de Fátima Stivanin, 37 anos, e Joanir Quevedo dos Santos, 35 anos, ocorrido em 12 de março de 2016, após acidente de trânsito na rodovia Gentil Batisti Archer, que liga Brusque a Nova Trento.
O julgamento aconteceu na sexta-feira, 23, na sala do Tribunal do Júri do Fórum de Brusque.
Após quase 10 horas de julgamento, o conselho de sentença se reuniu e considerou Cunha culpado pelas mortes de Silciane e Joanir e pela lesão corporal grave de Luiz Antônio Marchi, e leve de Douglas Eduardo Stivanin, filho de Silciane.
No fim da tarde de sexta-feira, o juiz da Vara Criminal de Brusque, Edemar Leopoldo Schlösser, leu a decisão que culminou com a condenação de Cunha. O juiz destacou que as “vítimas fatais eram pessoas jovens e tiveram a vida interrompida por uma conduta inconsequente do acusado”. O magistrado ressaltou ainda o fato de o acidente ter deixado um adolescente de 13 anos órfão de mãe.
Apesar da condenação, o juiz deu a Cunha o direito de recorrer da decisão em liberdade, ou seja, ele só poderá ser preso após julgamento do caso em segunda instância.
Entretanto, o juiz manteve as medidas restritivas que devem ser cumpridas por Cunha como obrigação de se recolher em casa das 22h às 6h, além de estar proibido de frequentar bares, boates, bailes e festas. Ele também permanece com a carteira de habilitação retida.
Prisão preventiva
A prisão de Everton Cunha, entretanto, pode ser decretada antes do julgamento em segunda instância, já que o Ministério Público (MP-SC) pediu a revogação das medidas restritivas que ele cumpre desde que foi solto em maio de 2016 porque recebeu provas de que Everton esteve na Zehn Bier na noite do último sábado, 17, ou seja, descumpriu a medida cautelar que o proíbe de frequentar bares.
O juiz deu prazo para a defesa de Cunha explicar as imagens enviadas ao Ministério Público e então decidirá se ele continua com o direito de permanecer em liberdade até o julgamento pelo Tribunal de Justiça (TJ-SC) ou não.
O caso
Na noite de 12 de março de 2016, Everton Cunha dirigia o Volkswagen Gol que atingiu o Escort em que estavam Silciane e Joanir, que morreram na hora, e Douglas Eduardo Stivanin, 13 anos, filho de Silciane, que foi encaminhado ao Hospital Azambuja com ferimentos graves.
No momento do acidente, Everton voltava de um costelaço na cidade de Canelinha, na companhia de Luiz Antônio Marchi, que também ficou ferido.
Após o choque, Everton acionou o Corpo de Bombeiros e fugiu do local. Posteriormente, ele alegou que testemunhas o ameaçaram e, por medo de ser agredido, ele decidiu deixar o local antes da chegada do socorro.
Ele só se apresentou na delegacia dois dias depois do acidente. Em depoimento, contou que perdeu a direção do veículo em razão de uma falha mecânica. Ele negou que ingeriu bebida alcoólica durante a festa.
Everton chegou ser preso preventivamente no dia 1 de abril de 2016, já que a polícia considerou que a versão apresentada por ele não se sustentava.
A defesa, então, entrou com pedido de liberdade, que foi negado pela Vara Criminal. Um mês depois, os advogados de Cunha conseguiram o habeas corpus, que foi concedido pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC). Ele foi solto mediante cumprimento de algumas medidas restritivas. Desta forma, ganhou o direito de aguardar o julgamento em liberdade.