MP-SC investiga crime ambiental em Guabiruba
Ato por diretas Está sendo convocado em Brusque, pelas redes sociais, um ato pela realização de eleições diretas para a Presidência da República. O evento criado no Facebook está marcado para iniciar às 18h de hoje, no terminal urbano de Brusque, no Centro. A manifestação vem em resposta às recentes revelações feitas pelos donos da […]
Está sendo convocado em Brusque, pelas redes sociais, um ato pela realização de eleições diretas para a Presidência da República. O evento criado no Facebook está marcado para iniciar às 18h de hoje, no terminal urbano de Brusque, no Centro. A manifestação vem em resposta às recentes revelações feitas pelos donos da JBS, de que o presidente Michel Temer deu aval para que a empresa comprasse o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha. A previsão atual, segundo a Constituição, é que a queda de Temer levará a uma eleição indireta, ou seja, os membros do Congresso nacional elegem o novo presidente.
Impacto econômico
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a paralisar as atividades no início do pregão de ontem. As operações foram suspensas por meia hora a partir do mecanismo do circuit breaker, que amortece movimentos bruscos do mercado. A paralisação acontece sempre que o Ibovespa cai mais do que 10%. Na abertura desta manhã, ele chegou aos – 10,6%. No início da tarde, a bolsa ainda operava em baixa de – 9,18%. Tudo isso, é claro, efeito das delações da JBS.
Enfim, o asfalto
Depois de vários atrasos, começou ontem a pavimentação da rua Bulcão Viana, no Souza Cruz. Antes da colocação do asfalto foi efetuada toda implantação de tubulação para a drenagem, com uma extensão total de 920 metros e tubos de 60, 80 e 100 centímetros de diâmetro. O asfalto da Bulcão Viana terá 8m de largura de pista, com uma extensão de 920m. A expectativa é que a implantação da camada asfáltica demore em torno de uma semana, se o clima colaborar. Após essa etapa, será feita as pinturas das faixas e sinalização da localidade. A rua recebeu ainda uma nova rede que substituiu a tubulação anterior, que era de 100mm e passou a de 150mm. A nova instalação aumentou a capacidade de bombeamento de água para os moradores do Lotamento Bruschal e Parque da Saudade.
Infração ambiental
A 6ª Promotoria de Justiça de Brusque instaurou inquérito civil para apurar denúncia feita pela Polícia Militar Ambiental de Blumenau contra um morador de Guabiruba, suspeito de ter cometido infração ambiental. A denúncia é de que ele efetuou um aterro e levantou uma casa com piscina em uma área de 448 metros quadrados a menos de oito metros de um curso d’água, o que é terminantemente proibido pela legislação. A edificação fica na rua Lorena, no bairro São Pedro, e a investigação está a cargo do promotor Alan Boettger.
Reunidos na tarde desta quarta-feira, 17, com o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, os prefeitos do Vale do Itajaí, parlamentares e lideranças empresariais ouviram do ministro a garantia que os R$ 87 milhões previstos no orçamento serão cumpridos este ano para a duplicação da BR-470. Para o ministro, este valor permite que a obra seja tocada de forma satisfatória. Na ocasião, o presidente da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), José Luiz Colombi, o Nene, que é prefeito de Botuverá, entregou um documento ao ministro em que solicita suplementação de R$ 230 milhões, os quais seriam investidos na obra e nas desapropriações.
Golpes telefônicos
A Secretaria de Saúde e Desenvolvimento Comunitário e a direção do hospital Imaculada Conceição, de Nova Trento, alertam para golpes telefônicos efetuados aos familiares de pacientes internados no hospital. A administração informa que todos os procedimentos são gratuitos. Na quarta-feira, 17, o diretor hospital, Robson Almeida, foi informado de que familiares de dois pacientes receberam ligações de um suposto médico que solicitou dinheiro para transferi-los para clínicas particulares. Segundo Almeida, as ligações são um golpe, pois o município dispõe de ambulâncias para realizar o transporte que também é realizado gratuitamente. O caso será repassado à Polícia Civil para investigar as origens das ligações.
EDITORIAL
Não larga o osso
A semana foi marcada por um tsunami político que sacudiu o país com o vazamento de parte da delação de Joesley Batista, presidente da JBS/Friboi. Nela, há acusações e provas de corrupção nos mais altos cargos da República, com destaque para participação do presidente Michel Temer.
Podemos achar que o que acontece em Brasília são práticas distantes de nosso dia a dia mas, resguardadas as proporções, não é bem assim. A formação de valores e ética começa pelas pequenas coisas.
Um bom exemplo seria o embate que gira em torno da aprovação do projeto de lei que proíbe vereadores de assumir cargos na prefeitura.
Várias entidades da cidade têm encampado esta bandeira que busca sensibilizar os vereadores para sua aprovação, pois ainda não há maioria necessária para torná-lo lei. A principal resistência vem do vereador Deivis Silva (PMDB), que é líder do governo no Legislativo.
À primeira vista, o tema parece óbvio e nem deveria merecer tanta atenção. A função de um vereador é legislar e fiscalizar as atividades do Executivo. Se ele foi eleito para este fim, seria inadmissível a assunção de outro cargo.
Mas por aqui a interpretação é diferente, porque a lógica é outra. O eleitor não entende a função do vereador e o vê como uma autoridade, que como tal, precisa resolver o problema do bairro ou reduto que o elegeu.
Assim, em vez de exercer sua função legislativa, prefere ser um puxadinho do Executivo, resolvendo as demandas de seus eleitores e garantindo seus votos para a próxima eleição.
Nessa lógica, o problema não é só o vereador que assume um cargo no Executivo, mas também aqueles que trocam seu apoio por cargos e benesses na administração, comprometendo completamente sua atuação.
Mas o que acha o Executivo?
O prefeito sabe o abelheiro que é a questão, e por isso apoia a lei, mas não a pratica. Ele sabe quantos comissionados estão ligados a vereadores na prefeitura e o apetite deles por uma fatia do poder Executivo. Para ele, levar o assunto na flauta é melhor que se indispor com os “aliados”.
Em vez de exercer sua função legislativa, prefere ser um
puxadinho do Executivo
Outro ponto interessante é que o projeto inicial, proposto pelo Observatório Social e apresentado pela vereadora Ana Helena Boos, só valeria para o próximo mandato, mas a perda deste privilégio causa arrepios em quem pratica a velha e surrada política, criando uma resistência para não perder a boquinha.
Um outro efeito perverso dessa ciranda é que as pessoas lotadas nos cargos nem sempre têm a qualificação e habilidade para exercê-lo.
Além disso, elas não se sentem subordinadas a um projeto do prefeito, pois servem a um vereador, criando uma anomalia. Seria esse um dos motivos porque projetos importantes da cidade estão sendo desativados?
Desde a concepção da divisão dos poderes propostos por Montesquieu, não é só o vereador que estaria proibido de assumir um cargo, mas toda e qualquer pessoa que possa influenciar suas decisões. Só assim teríamos a independência dos poderes.
Essa ideia, que tem mais de duzentos anos e é tão simples, não quer ser entendida nem por Brasília nem por aqui, afinal o jeitinho brasileiro suplanta os pilares da democracia para continuar a deixar muita gente incompetente como “autoridade”, usufruindo do poder em vez de servir o povo.
Sabemos que o Brasil vive um momento difícil, mas bem que Brusque poderia ser exemplo nesta e em muitas outras situações. Poderia ser aquela andorinha tentando fazer verão, ou até mesmo primavera, neste inverno de lama que o país vive.