14º Torneio de Dominó do Bóca Cunha reúne políticos e empresários em Brusque
Mais de cem duplas participaram da parte esportiva do evento
Mais de cem duplas participaram da parte esportiva do evento
A 14ª edição do Torneio de Dominó do Bóca Cunha reuniu cerca de 500 pessoas em Brusque. O tradicional evento ocorreu neste sábado, 18, na chácara do anfitrião, o ex-prefeito José Luiz Cunha, o Bóca, no bairro Rio Branco.
Ainda que o evento seja conhecido em todo o estado devido à presença de políticos e personalidades, o torneio de dominó é parte importante, tanto que é reconhecido pela Confederação Brasileira da modalidade. Participaram desta edição 112 duplas.
Além dos competidores, o torneio sempre conta com uma seleta lista de convidados. Nesta edição, foram cerca de 250, o que somou os cerca de 500 participantes.
“Fico muito feliz porque o Brasil está vindo aqui, temos duplas de vários estados brasileiros”, afirma o organizador Bóca Cunha, que além de prefeito também foi deputado estadual.
Bóca explica que o evento é organizado totalmente com dinheiro privado, sem nada de dinheiro público. Os competidores pagam uma taxa em dinheiro, enquanto que os convidados doam materiais e alimentos não-perecíveis, que posteriormente são doados a entidades do município.
A Associação de Pais e Amigos do Excepcionais (Apae), Escola Charlotte, Lar Menino Deus, Lar dos Idosos Lions Clube de Brusque e Lar Sagrada Família foram as entidades beneficiadas nas edições anteriores.
Algumas figurinhas carimbadas compareceram, como o senador Esperidião Amin (PP) e a deputada estadual Ana Paula da Silva, a Paulinha (PDT). Amigo de Bóca, Amin diz que tem conseguido manter a frequência no evento e destaca o caráter de congraçamento.
“O importante não é ganhar ou perder a partida, é a convivência com civilidade ao adversário, a quem pensa diferente de você”, afirma, em referência ao momento de radicalismo que existe na sociedade brasileira.
A deputada Paulinha também enaltece o evento de Bóca Cunha e a organização. Ela formou a única dupla feminina do torneio com a vereadora de Brusque Ana Helena Boos (PP). Foi o segundo ano das duas competindo juntas.
O prefeito de Brusque, Jonas Paegle, marcou presença. “É um momento de alegria e descontração com vários políticos”.
Paegle aproveitou para conversar com pessoas de outros municípios, como o prefeito de Porto Belo, Emerson Stein (MDB). Ele diz que com isso conhece melhor a realidade de outras prefeituras e aumenta a interação intermunicipal.
Stein, em seu primeiro mandato, esteve no torneio pela primeira vez e reviu Jonas Paegle. “É uma pessoa que temos conversado e trocado ideias”.
Receita do sucesso
Uma unanimidade no torneio é a feijoada servida no almoço. Feita pela equipe de Adilson Schmitz, ela faz sucesso desde a primeira edição do evento.
Foram usados 60 quilos de feijão, 20 quilos de arroz e 150 quilos de carne – de tipos variados, como costela, carne seca, calabresa, pernil e costelinha defumada. Além disso, foram servidos 500 ovos fritos, laranja e salada.
Oito pessoas ao todo trabalharam na cozinha para deixar tudo pronto e saboroso para os convidados. Schmitz faz questão de citar a equipe: Murilo, Nei, Gerson, Gilson, Moacir, Rose e Marli.
Pipoca é homenageado
Orlando Muller, o Pipoca, morto em setembro de 2018 aos 84 anos, foi o homenageado desta edição. Bóca Cunha destacou, em sua fala, a relevância de Pipoca para o esporte. “Ele foi um dos grandes incentivadores do esporte amador catarinense”.
Pipoca foi um dos fundadores dos Jogos Abertos de Santa Catarina, foi do departamento de esportes da Sociedade Esportiva Bandeirante e foi jogador de basquete e de futebol, no Carlos Renaux.
Os quatro filhos dele receberam a homenagem: Edson Rubem Muller, o Pipoca, Glauco, Gleusa e Rosana.
“Recebemos a notícia de que o Bóca faria essa homenagem com muito prazer a alegria, o pai, além de alegre, sempre foi determinado e apaixonado pelo esporte”, diz Pipoca, o filho. Em seu discurso, Gleusa também destacou o legado de seu pai e da justa homenagem.
Presidente do PT no município, Cedenir Simon diz que a sigla se organiza para o ano que vem, apesar de faltar bastante tempo. O nome para concorrer a prefeito ainda não está definido, ainda que exista uma clara tendência a ser Paulo Eccel.
“Primeiro vamos construir um projeto e depois ver quem vai tocar. O nome do Paulo surge, mas não tem nada tratado com ele”, declara o petista. A construção do projeto passa por dar mais musculatura ao PT na cidade.
Simon diz que neste ano já foram filiadas mais 40 pessoas. Além disso, o partido tem mapeado líderes comunitários para concorrer ano que vem e já tem 23 nomes para a chapa que tentará chegar à Câmara Municipal.
Indefinição
O ex-deputado estadual Serafim Venzon (PSDB) afirma que é muito cedo para projetar o cenário para o ano que vem. Mas ele acredita que a eleição de 2020 será diferente porque não haverá mais coligações nas eleições proporcionais (vereador).
O tucano avalia que o equilíbrio de forças dos partidos na Câmara será bastante modificado com isso. Ele também faz a leitura de que a eleição para a prefeitura será tão ou mais pulverizada do que a de 2016.
Venzon avalia que cada grupo de candidatos a vereador tentará ter um nome próprio para prefeito, para ganhar mais força, o que levará a ter muitos concorrentes ao Executivo brusquense.
O ex-deputado diz que os políticos precisam entender seu novo papel, pois cada vez mais a população tem ciência e conhecimento de como funciona as engrenagens do poder e fica mais exigente.
A deputada federal Ângela Amin (PP) avalia que a reforma da Previdência, o projeto mais importante para o governo Jair Bolsonaro, é necessária. “Estamos em um momento decisivo da economia, para garantir os direitos fundamentais do cidadão”.
Entretanto, ela acredita que a reforma que passará pelo Congresso Nacional é diferente da proposta pelo governo federal. “Passa, mas não da forma que foi para o Congresso”.
Ela pessoalmente questiona “o tratamento igual para diferentes”. Ângela cita os casos do trabalhadores rurais, da saúde e da educação, que, na visão dela, não podem ter as mesmas regras de aposentadoria.
O governo Bolsonaro já tem sofrido derrotas no Congresso. Mesmo os deputados mais alinhados à situação dão sinais de que a reforma deve ser modificada na Câmara e no Senado.
Há possibilidade até mesmo de ser votado um projeto substitutivo ao elaborado pela equipe econômica de Paulo Guedes. O governo precisará ser habilidoso para conseguir blindar o texto da proposta.
Ângela diz que o PP ainda não definiu sua posição final, o que só deve acontecer após o texto sair da comissão especial da reforma.
Sobre as manifestações em centenas de cidades contra os cortes na educação, a deputada é ponderada. “Não sou do governo, mas sou responsável e já fui gestora, é um contingenciamento”.
Mudança
Marido de Ângela, o senador Esperidião Amin diz que os protestos e todo o contexto de incerteza que cerca o governo Bolsonaro é natural devido ao momento de transição que se vive.
“Transição significa mudança. O povo demonstrou que como a política vinha sendo definida, com o loteamento de cargos, líderes partidários se adonando de ministérios, desrespeitando o governo da sociedade, não dava pra aguentar”, diz.
A deputada Paulinha analisa que o governo Carlos Moisés ainda está no começo e necessita de tempo para dar resultado. Ela afirma que o governador não tem experiência política, mas compôs um bom time.
“O governo ainda não deu resposta porque começou há pouco tempo. Não vamos ficar no papo nem da situação nem da oposição, essa velharia que não serve mais. Vamos tentar agir com entendimento em favor da sociedade catarinense, estou em Brusque porque assumi um compromisso com a cidade e não vou abrir mão de ajudá-la”, declara Paulinha.
A dupla vencedora do torneio de dominó de 2019 foi conhecida no começo da noite de sábado. Na final, Luciano e Boni, que formavam a dupla Boca Juniors, venceram Sérgio e Gilberto, da dupla Alemanhã, e levaram o trofeu para casa.