Já passamos por 1988, por 1978, pelas músicas e filmes de 1968… é um bocado de nostalgia. A gente encerra hoje a visita pelos anos terminados em oito, das últimas décadas, ligando a TV. Claro, temos aqui um pequeno exercício de acomodar as abóboras durante o passeio, já que as estreias de 1968, pode apostar, demoravam para chegar aqui. A tecnologia daqueles velhos tempos era analógica, lenta e nada afeita a uma programação alinhada com a matriz norte-americana.
Ah, sim. Em 1968, a TV no Brasil ainda era em preto e branco. E ficou assim até 1972. Isso quer dizer que nossos desenhos e séries só são coloridos em nossas memórias e nas muitas reprises que vieram depois. Você consegue imaginar A Corrida Maluca sem que o carro da Penélope Charmosa ostentasse sua cor de rosa? Pois é.
E já que falamos na Corrida… vamos começar por aí? Dick Vigarista e o cachorro espírito de porco Mutley começaram em 1968 sua sabotagem fracassada em todas as provas de The Wacky Races. Sabe quantas temporadas a série teve? Apenas uma! Mas seus 34 episódios dão a impressão de que foi um desenho muito mais duradouro. Talvez as séries derivadas Os Apuros de Penélope (1969-1970) e Dick Vigarista e Muttley / Máquinas Voadoras (que também foi produzida entre 1969 e 1970) nos deixem com a sensação de maior longevidade da franquia. Raios duplos!
Em 1968 também estreou The Banana Splits. Aqui, a estrutura é diferente. A banda “live-action”, formada pelo cachorro Fleegle, pelo leão Drooper, pelo orangotango Bingo e pelo elefante Snorky, em suas fantasias peludas, protagonizava esquetes que serviam de costura entre episódios de desenhos animados.
O tema do programa, The Tra La La Song (chupada de canudinho de… Beethoven, acredite se quiser!) é um clássico delicioso, que ganhou até uma versão punk da banda inglesa The Dickies.
Por falar em temas clássicos, também em 1968 os Archies ganharam sua versão desenho animado. Até então, tinham vivido mais de duas décadas de sucesso nas histórias em quadrinhos. Decididamente, bandas musicais estavam na moda, na programação infantil. The Archies também durou muito pouco, entre setembro de 1968 e janeiro de 1969, mas produziu um sucesso eterno, Sugar Sugar. A série também ganhou vários spin-off, tanto na TV quanto nos quadrinhos. Seu traço é inconfundível.
Saindo da programação infantil, chegamos naquela que é, sem dúvida, a melhor série lançada em 1968: Columbo. Os crimes solucionados brilhantemente pelo detetive mais desalinhado de toda a História da TV tinham roteiros que respeitavam a inteligência da audiência. Além da interpretação magistral de Peter Falk.
Mas 68 tem outros ícones. Como Terra de Gigantes, a história liliputiana da tripulação de uma nave espacial que cai em uma dobra espacial e vai parar em um planeta em que os habitantes são, obviamente, gigantes. Um incrível esforço, em tempos de efeitos especiais super limitados.
Hawaii Five-O, mais conhecida aqui na época como Havaí Cinco Zero, também é de 68. É, de todos os destaques, a que mais durou: teve 12 temporadas. Seu remake vai pelo mesmo caminho: a nona temporada acabou de ser exibida na semana passada.
O ano televisivo merece outros destaques… mas já temos um bocado de material para relembrar, concorda? Ano que vem… depois das premiações… a gente volta à nossa velha amiga, a nostalgia…