O recorte de jornal, envelhecido, aí acima, é do nosso velho e bom Contracorrente. Mais especificamente, da edição nº 17, do começo daquele ano. Esta é a matéria que apresentou os Insultos para o mundo. O grupo, nesse recorte, era formado por Fabiano Debrassi, Ricardo Zen, Charles Vinotti e Túlio Tormena – “que está aguentando no grupo há mais ou menos um mês, o que já é alguma coisa“, diz o texto, assinado pela minha versão 30 anos mais jovem.

A explicação do título se dá pelas estratégias deles, novatos, com poucos shows na bagagem, mas já pensando em marketing. Começaram pesando nos palavrões, “para chamar a atenção“, indo na linha do Bandeira Federal. Mas os planos incluíam um segundo passo mais pop, mais vendável, com “um bom repertório. A gente tá pensando em gravar uma fita prá jogar na mão das rádios, e estamos pensando em falar com algum produtor da RBS, de alguma gravadora, vamos ver se a gente consegue, quem sabe, um single“. Este era o Fabiano da época, do alto da inocência que se acha experiente, típica da adolescente. O que será que, 30 anos depois, ele tem a dizer sobre a trajetória da banda, que foi uma das que fez a História do rock oitentista de BQ?

Ele lembra da primeira banda que formou junto com Túlio, Marcelo Fisher e Zico (Sergio Raimundo) e que não foi muito adiante: “acho que o Túlio cantava muito mal“. Depois, foi baterista da banda formada por Dudu e Darley Colzani, Boing e, de novo, Marcelo Fisher. Com essa formação, ganharam os dois primeiros lugares de um festival estudantil, o Festicon.

A experiência levou a formação de uma nova banda, de novo com Ricardo Zen e a uma primeira apresentação na festa cultural Troca de Energia em Nossos Transmissores, na Fideb, em 87.

Como todas as bandas, o começo foi bem cru: “mal sabíamos tocar ou cantar individualmente, imagina subir num palco e tirar um som? As letras eram muito baseadas no que eu havia ouvido: penso que a primeira banda que vi foi o Bandeira, num show no motoclube de quem vai para Gaspar“.

E então… “vieram outras apresentações nos colégios quando realizavam gincanas, festivais de músicas e alguns shows em outras cidades. Também vieram os shows em Brusque, como os dos cartazes e aqueles promovidos pela união de bandas“. Depois, Fabiano migrou para a Shit. Ou seja, precisamos falar da Shit!

Na próxima semana, teremos mais um capítulo dessa história que precisa muito ser contada……