A resposta é sim! Um levantamento bibliográfico de artigos científicos dos últimos dez anos indica que dor abdominal, dor nas pernas e nos braços e dores de cabeça são as queixas mais comum na infância e adolescência. Nessa reportagem, saiba quais são os tipos mais frequentes e como a Osteopatia pode ajudar a tratá-los.
Criança sente dor?
Saiba quais são as queixas mais comuns na infância e como a Osteopatia pode tratá-las
A dor abdominal ocorre mais frequentemente em crianças na faixa etária escolar, de forma igualitária entre meninos e meninas. Também é comum em adolescentes, sobretudo nas meninas. Esse tipo de dor tem origem geralmente de órgãos dos sistemas digestivo e urinário.
As dores nos membros, por sua vez, são frequentes em crianças entre 4 e 10 anos de idade. Em 90% dos casos originárias de causa orgânica, essas dores ocorrem mais nas pernas, difusa (aparece em diversos locais) e não articular.
Há também a chamada “dor do crescimento”, que apesar de não ter relação com o processo de crescimento da criança é frequentemente citada na literatura especializa.
Ocorre entre crianças de 6 a 13 anos, as quais relatam uma dor muscular intensa nas pernas, geralmente no fim da tarde e no meio da noite.
Nesse caso, não há outras queixas associadas, como febre e diminuição de apetite. Os exames laboratoriais e de imagem tampouco apresentam qualquer alteração.
Outras patologias, como Síndrome de Hipermobilidade Articular (SHA), Síndrome Dolorosa de Repouso e tumores ósseos podem gerar dores em membros.
As dores de cabeça, de acordo com pesquisadores, aumentam proporcionalmente à idade da criança, e via de regra não são relacionadas com doenças, como a enxaqueca, por exemplo. Essas dores, por outro lado, são frequentemente associadas a quadros febris e infecções virais. Elas podem ter intensidade menor do que em adultos, mas merecem tratamento adequado.
Em todos os casos citados, a dor persistente em crianças é uma condição rara e, se presente, merece investigações detalhadas. A dor pode ser classificada como recorrente quando ocorre por três episódios durante um período mínimo de três meses, com intensidade suficiente para interferir nas atividades diárias da criança.
Para o bom diagnóstico do profissional de saúde, é de suma importância que os pais monitorem informações sobre período de início dos sintomas, frequência, duração, fatores desencadeantes, agravantes e de alívio da dor.
Como a Osteopatia pode auxiliar no tratamento da dor?
Por meio de avaliação detalhada e intervenção suave, manipulações indicadas a cada paciente, a Osteopatia pode trazer um notável benefício no alívio das dores em crianças, adolescentes, adultos e idosos.
De acordo com a osteopata Dra. Tais Yukari Mitsuyasu, pós-graduada em Osteopatia pela Escola de Osteopatia de Madrid (EOM), os processos de desenvolvimento do bebê, desde a vida fetal, o nascimento e a interação com o meio externo influenciam nas fixações de lesões.
Ela explica que o conhecimento da interação do sistema ósteo-articular, muscular e nervoso com o sistema visceral faz com que o fisioterapeuta Osteopata entenda e trate cada mecanismo de forma adequada. Com esse tratamento, frequentemente não há necessidade de uso de medicamentos.
A necessidade de equilíbrio em um sistema ainda em maturação, como é o da criança, é imensa. Alterações em suturas cranianas de bebês, por exemplo, quando não adequadamente reconhecidas e tratadas, podem gerar patologias de alto impacto na qualidade de vida desta criança.
Dessa forma, o Osteopata pode ajudar junto à equipe multidisciplinar de saúde, a tratar disfunções relacionadas à digestão, tais como refluxo, cólicas e gases, além de transtorno de sono e posturais.
O Osteopata, portanto, é profissional devidamente capacitado para identificar e tratar a causa da dor em crianças em adolescentes, por meio de técnicas orgânicas, evitando-se, com isso, intervenção medicamentosa.