3ª Sfilata del Vino reforça tradição e cultura italiana em Guabiruba
Cerca de 200 pessoas participaram do desfile, que distribuiu cerca de 100 litros de vinho pelas ruas do município
Cerca de 200 pessoas participaram do desfile, que distribuiu cerca de 100 litros de vinho pelas ruas do município
A 3ª Sfilata del Vino aconteceu em Guabiruba na manhã deste sábado, 29. O Desfile do Vinho, em tradução para português, passou pelas ruas da cidade distribuindo vinho e reforçando a cultura italiana.
Segundo a organização, mais de 100 litros de vinho foram distribuídos no trajeto entre o bairros Imigrante e Pomerânia. A Sfitala é uma forma de promover a 10ª Festa Italiana, que acontece dia 21 de março no Salão Santo Antônio, Lageado Alto.
Participaram do desfile cerca de 200 pessoas, de grupos organizados da Associação Cultural Italiana de Guabiruba (Acig) e também de nove famílias descendentes dos imigrantes vindos da Itália foram convidadas a mostrar suas histórias através dos carros alegóricos.
Anselma Ponticelli, de 63 anos, estava no carro que representava a família de Felis e Esmeralda Stedile, seus pais. No total, sete pessoas desfilaram no automóvel, e eles participam desde a primeira edição do evento. Ela conta que seus avós eram italianos de nascimento. Desde janeiro, os integrantes estavam pensando em como decorar o carro para fazer bonito do desfile.
Maria Eduarda Schlingwen, 17, e Tiago Dalbosco, 31. desfilaram caracterizados, representando a forma tradicional de produção do vinho. “É para retratar como os antigos faziam o vinho, utilizando os pés para extrair o suco”, explica Dalbosco.
A bruxa do natal também estava representada. A fantasia de Celina Pontalti, 25, representava Befana, que, segundo a tradição, passa de casa em casa na época natalina em busca do menino Jesus.
Segundo o folclores italiano, Befana vai de casa em casa na época natalina, distribuindo doces para as crianças que se comportam, enquanto os que não se comportam ganham carvão de presente.
A família de Celina, os Pontalti, estavam com todos os irmãos reunidos para o desfile, em dois carros alegóricos.
No carro da família Giusto, onde desfilaram 15 pessoas e o cão Simba, os representantes se empenharam para irem vestidos como diz a tradição. Malu Giusto, 42, comenta que eles são do Rio Grande do Sul, mas agora moram em Guabiruba. Eles costumavam desfilar na Festa da Uva, de Caxias do Sul.
Ela lembra que a família chegou até Caxias do Sul em 1875, vinda de de Treviso, no Norte da Itália, em busca de trabalho. Malu se mostra honrada de relembrar seus antepassados. “É sempre uma festa e um orgulho muito grande. Não podemos deixar morrer as nossas raízes”, diz.
Adoraci Smanioto, 70, estava com as duas irmãs e dois irmãos. A família é de Guabiruba, mas atualmente mora em Itajaí. Duas das irmãs desfilaram com quadros com fotos dos pais, e Adoraci conta que a mãe chegou a desfilar em 2019, antes de falecer, e que a intenção era homenageá-los.
Organizador do evento e da Festa Italiana, Amilton Stedile, explica que o objetivo da Sfilata é trazer para o centro da cidade o aspecto da festa, que acontece em cima de um morro, no bairro Lageado Alto, afastado da região central da cidade.
Com o desfile, a organização tem intenção de alcançar também pessoas que estejam nos comércios. Stedile diz que o desfile vem se tornando um evento cada vez mais importante a cada edição.
“A primeira Sfilata foi bem pequena, a gente não imaginava que ela ia crescer, porque a princípio era só para ser uma divulgação e uma distribuição de vinhos ao longo do centro da cidade, mas como o pessoal aderiu, ela vem crescendo”, acrescenta.
O prefeito Matias Kohler e o vice Valmir Zirke estiveram presentes na concentração do desfile. Kohler reforça a importância da Sfilata e da Festa Italiana como marcas para Guabiruba e destaca a importância das diferentes culturas para a constituição do município.
“O desfile contribui para a sensibilização e na visualização da cultura italiana na nossa cidade. É justo e importante que o poder público possa apoiar, na medida possível. Que possamos sempre crescer mais preservando as origens, tanto italianos, alemães, poloneses e toda a diversidade cultural brasileira que hoje forma a nossa Guabiruba. São elementos que, para nós, além de construir valores culturais e morais, formam cada vez mais uma terra querida para nós”, salienta.