Fechamento da Casa de Passagem é confirmado

Secretário de Assistência Social diz que moradores serão encaminhados a comunidades terapêuticas

Fechamento da Casa de Passagem é confirmado

Secretário de Assistência Social diz que moradores serão encaminhados a comunidades terapêuticas

O Abrigo Institucional de Brusque, conhecido como Casa de Passagem, encerrará suas atividades em cerca de 30 dias, anunciou ao Município Dia a Dia o secretário de Assistência Social e Habitação, Rodrigo Voltolini. Ele diz que a decisão é irreversível e respaldada em análises técnicas feitas pela prefeitura.

“O fechamento foi concretizado por meio de estudos técnicos e da audiência pública, por causa do alto custo e por aquilo que a casa tem ofertado”, diz o secretário, garantindo que o espaço não tem justificado seu custo operacional, que é, atualmente, de R$ 50 mil mensais. “A melhor forma é recuperar o indivíduo, e não simplesmente fazer com que ele coma, durma e volte ao ambiente de rua”.

A saída encontrada pelo poder Executivo para acolher moradores de rua passa pela celebração de convênios com comunidades terapêuticas, ideia que foi aventada, pela primeira vez, em audiência pública na Câmara de Vereadores, cerca de um mês atrás.

Voltolini explica que deverá ser publicada hoje ou nos próximos dias uma chamada pública para contratação dessas comunidades terapêuticas, em processo coordenado pela Secretaria de Saúde. Atualmente, nove pessoas são acolhidas na Casa de Passagem e, para as que usam drogas, será oferecido o abrigo nessas comunidades.

Os que não são usuários de drogas irão receber aluguel social e cesta básica do município. Também serão ofertados cursos profissionalizantes para os que estão a procura de emprego. O secretário afirma que não só os moradores da Casa de Passagem poderão ser internados nas comunidades terapêuticas, e garante que a opção será dada a todo morador de rua de Brusque, hoje estimados em 100.

“O Creas [Centro de Referência Especializado de Assistência Social] fará a abordagem e, se o indivíduo quiser, será avaliado e encaminhado a uma dessas clínicas credenciadas”, disse. “Aos que estão na Casa de Passagem será oferecida a mesma oportunidade, para eles que estão lá simplesmente comendo, dormindo e saindo às ruas novamente”.
Nas clínicas, internação custaria R$ 1 mil mensais

A proposta da prefeitura prevê que cada internação custe aos cofres do município, no máximo, R$ 1 mil mensais. “Hoje estamos gastando 50 mil. Considerando que uma internação varia em torno de R$ 700 a R$ 1 mil, e tem clínica que faz até por R$ 400, isso dá para internar 50 pessoas, gastando o mesmo”, analisa Voltolini.

“Mas eu prefiro gastar até R$ 100 mil, que é a população de rua em Brusque, para vê-los recuperados e contribuindo com a sociedade”, diz o secretário. “O problema não está no gasto, mas na forma com que isso é feito”.

O espaço onde a casa funciona, na rua Hercílio Luz, é alugado e, segundo o secretário, o contrato com o proprietário será rescindido, assim que nenhum morador mais habitar a casa. “Este governo prometeu à rua Hercílio Luz que se a casa continuasse a existir, ali não ficaria mais. E, se fosse fechada, não iriamos fazer nada de investimento ali, porque é um lugar que já sofreu bastante”. Com isso, a prefeitura descarta a reutilização do espaço para qualquer outro fim.

Ele também afirma que os custos da Casa de Passagem estavam “muito altos” quando assumiu a gestão, e credita a salários altos pagos a funcionários. “O custo estava em média de R$ 70 mil por mês. Com a entrada do novo governo, na minha gestão, reduzimos para R$ 50 mil, não por causa da quantidade de pessoas, mas pela redução de custos. Tem pessoas que ganhavam muito, não sei porque. Contratamos outros coordenadores com custo menor”, conclui.

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