Quando ela invadiu nossas vidas, ninguém poderia imaginar quantos problemas ela iria criar, paralelamente às soluções meio mágicas que ela nos proporcionou. A Internet, afinal das contas, é uma criação humana. E, como toda ferramenta, tem seu lado de arma.
Mas as coisas parecem ter saído de vez do controle (opa, controle é uma palavra complicada e a gente tem que tomar muitíssimo cuidado com ela!) e o ar “virtual” não anda muito respirável. Ou você acha que a vida online não anda cada vez mais tóxica? Analisemos…
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O Ódio
É o óbvio: caixas de comentários, tanto nas redes sociais quanto nos portais, viraram lata de lixo de tudo o que o ser humano tem de pior e que pode ser resumido por uma total falta de respeito – respeito básico! – pelo outro. Que pode ser uma figura conhecida ou o coleguinha de comentários, tanto faz. A grosseria, a impaciência, a completa falta de civilidade parecem deixar bem claro que somos um agrupamento de seres frustrados, necessitando de uma válvula de escape à prova de “reações físicas”. Como ninguém vai me dar um sopapo do outro lado da tela, eu abuso. Você abusa. Nós abusamos.
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Cadê a verdade?
É real e é proposital: cada vez fica mais difícil diferenciar fatos de inverdades. Os sistemas de disseminação de fake news são tão bem estruturados que tudo acaba virando uma questão de versões. De achar que é verdade o que já combina com o que a gente pensa ou crê. Estamos perdidos em um mundo que precisa desesperadamente de curadoria confiável. Tomara que ela chegue a tempo e convença as pessoas de que não é aliada “do inimigo”.
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Padrões inalcançáveis
É aquele blablablá de sempre: online, todo mundo quer ser perfeito. Passar a própria imagem por todos os filtros possíveis. Declarar uma plenitude e uma felicidade que, todo mundo sabe, não é sustentável. E… se o amiguinho parece ser tão realizado, eu também vou forçar a barra para esconder minhas olheiras e meus pequenos fracassos. A coisa não tem fim e só alimenta… de novo, a frustração.
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Somos só consumidores
Cada site, cada rede social, cada pedacinho da internet… precisa lucrar. E de quem é o dinheiro que ela precisa ganhar? Da gente. Daí vem o bombardeio de publicidade direcionada, de propostas sedutoras de assinaturas de todo tipo de serviço, aquilo que já sabemos.
Mas o pior é virar consumidor involuntário. Nossas pesquisas no Google estão longe de nos trazer resultados isentos. Tudo depende de quem paga para aparecer. Temos que aprender a superar os obstáculos comerciais para chegar onde pretendemos. Compreensível… mas detestável.
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Informação fragmentada
Na mesma linha “negócios primeiro”, portais de conteúdo passaram a adotar técnicas que não foram criadas para facilitar a nossa vida. É um tal de texto interrompido por links ou publicidade, outro tal de “leia mais” e demais truquinhos, todos sugando nossa atenção para que a gente fique mais tempo no site (cada vez mais, tempo é dinheiro, né?). Visitas rápidas são amargas para quem analisa as visualizações. Mesmo que a gente não queira mais do que uma informação basiquinha.
E nem vou falar na repetição de palavras e expressões, para que o todo poderoso Google coloque a página em destaque. Amém.
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Ingenuidade
Vamos chamar de ingenuidade, para não sair ofendendo a inteligência alheia. Acreditar, ainda hoje, em correntes e na bondade das empresas, que vão doar centavos para uma causa se você compartilhar uma foto ou que estão distribuindo/sorteando produtos caros para todos. Na vida online, como fora dela, não existe almoço grátis.
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Perda de tempo
A gente não dá conta de responder a todos os bons dias e mensagens positivas… nem ficando online 24 horas por dia.
O motivo pela qual não podemos mais viver sem ela? Porque o isolamento é impossível. Só isso.