Brasileiros retêm 7,4 bilhões de moedas em casa
O número, estimado pelo Banco Central, prejudica o comércio na hora do troco
O número, estimado pelo Banco Central, prejudica o comércio na hora do troco
Os brasileiros retém, atualmente, cerca de 7,4 bilhões de moedas em cofrinhos, gavetas e demais objetos de casa. Estimado pelo Banco Central, o número prejudica sobretudo o comércio, que precisa se desdobrar para dar troco aos clientes.
Ainda de acordo com os dados do Banco Central, o total de moedas armazenadas representa 32% das emissões até dezembro do ano passado. Em Brusque, os estabelecimentos que mais sofrem com a retenção do dinheiro são as lojas de pequeno porte e as lanchonetes.
“Isso deve impactar mais no pequeno comércio e nas lanchonetes. Geralmente os lanches são mais baratos e o pessoal paga com dinheiro. As reclamações maiores que ouvimos são desses lugares”, afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque, Michel Belli.
Assim como as lanchonetes, os supermercados também são afetados pela falta de moedas. No Archer, por exemplo, as principais faltas são de moedas de um e de cinco centavos, de acordo com a gerente financeiro, Vera Lucia Philippi.
“Manter as moedas em casa com certeza nos afeta, principalmente para moedas de um centavo e de cinco. Essas não se encontra mais. Além dessas, a de dez centavos também não se encontra”, afirma a gerente.
Para tentar driblar a situação, o Archer já realizou campanha entre os clientes. Porém, as moedas mais arrecadadas foram as de 25 e de 50 centavos. Em relação a essas, o supermercado tem estoque.
“Sem a campanha e quando não temos troco, nós fazemos o trabalho na boca dos caixas mesmo, perguntamos se o cliente tem moeda para facilitar o troco. Porque é o único jeito. Dos bancos nós não conseguimos”, lamenta.
Além das moedas, outro problema, porém mais recente, é da falta de cédulas de dois e de cinco reais. Segundo Vera, o cenário se intensificou nos últimos meses: “Nota de dois e cinco também já é um problema bem sério”, diz.
Comércios maiores
Para o presidente da CDL, o problema da falta de troco não afeta lojas maiores. O motivo, explica, é o tipo de pagamento realizado pelos clientes – na maioria em cartão de crédito ou no crediário.
“Não recebemos reclamações desses comércios em relação a isso, porque geralmente o cliente, quando faz compras maiores de roupa ou de calçados, não paga com dinheiro, mas com cartão ou fazendo no crediário”, afirma Belli.