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8º Encontro Nacional de Motos 2 Tempos reúne em Brusque apaixonados de todo o Brasil

Evento contou com participantes de diversos estados

8º Encontro Nacional de Motos 2 Tempos reúne em Brusque apaixonados de todo o Brasil

Evento contou com participantes de diversos estados

Neste final de semana Brusque foi o ponto de encontro pelos apaixonados por motos 2 tempos. Ao longo do sábado, 19, e domingo, 20, mais de 600 motocicletas compareceram ao pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof para o 8º Encontro Nacional de Motos 2 Tempos.

Caracterizada pelo motor estridente, a motocicleta 2 tempos é movida a gasolina e óleo, o que causa a saída da fumaça. Conforme o organizador, Carlos Edson Kroth, o Edinho, a última moto fabricada com esse tipo de motor no Brasil foi no ano de 2000.

Entre os modelos expostos estavam diversas relíquias. Era possível encontrar motos da Segunda Guerra Mundial, de passeio, competição, customizadas e de colecionadores.

A boa organização do evento é vista logo na entrada, onde as mais de 600 motos foram enfileiradas conforme modelo e marca. No local havia espaço reservado para manobras, desafio de velocidade, exposição, alimentação e até mesmo para as crianças se divertirem. O que reflete um dos lemas do encontro: “Respeito, amizade e educação”.

O evento, que surgiu em 2013, trouxe visitantes de diferentes estado brasileiros para Brusque. Era possível encontrar participantes do Pará, Minas Gerais, Sergipe, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, além de muitos catarinenses.

Conforme Edinho, esse é o maior encontro das Américas de moto 2 tempos. “É o primeiro encontro depois da pandemia e não sabia como seria. Fomos surpreendidos por essa turma toda, gente do Brasil inteiro”, afirma.

O evento cresceu de maneira orgânica. A divulgação foi feita através da internet e no famoso ‘boca a boca’, onde os apaixonados pelas motos foram convidando um ao outro.

Uma paixão de gerações

Beatriz Coan/O Município

Entre as relíquias expostas que mais chamavam a atenção estava a Centrum 150 CC da família Spiess. Comprada em 1953 em Blumenau, a motocicleta fabricada na Suécia já alcançou a terceira geração da família.

O agricultor, Gerhard Spiess, de Timbó foi o primeiro dono do veículo que passou para o seu filho, Heinz Spiess. Na década de 90 o motor da motocicleta fundiu e precisou ser restaurado por Heinz. Mas após deixar ela parada com o tanque cheio, o motor trancou e o tanque apodreceu.

Foi em 2017 quando Rafael Goulart Spiess, o atual dono, decidiu que a Centrum 150 CC merecia uma atenção. Com a ajuda do pai, a moto começou a ser restaurada. Hoje ela conta com a pintura original, motor funcionando e aguarda a regularização da documentação para rodar na cidade.

Mais de 30 anos e motos

Beatriz Coan/O Município

O comerciante Paulo Alves Pereira Junior, o Paulinho Marolla, de 59 anos, acumula modelos e anos de experiência com motos 2 tempos. A paixão do carioca pelas duas rodas surgiu na infância, quando com 10 anos ele ganhou a primeira mobilete. Atualmente, ele é dono de 35 relíquias que ficam expostas até mesmo na sala da casa.

Este ano foi primeira participação dele no evento e Paulinho trouxe uma Yamaha RD 400 de placa preta. Identificação do Código Brasileiro de Trânsito de veículos com mais de 30 anos e com as características originais preservadas. Apesar da moto ser considerada uma relíquia, seu dono enfatiza que ela não é de “cristaleira” e vai para a estrada ao menos uma vez por semana.

A paixão pelas motos antigas também é fonte de renda do carioca que, além de comerciante, trabalha como restaurador. A RD 400, comprada nos anos 90 por cerca de 2 mil dólares, é encontrada atualmente por R$ 75 mil. “O mercado não deu nem uma aquecida, ele deu uma explodida. Com a pandemia eu achei que as pessoas iriam vender as motos mais baratas, mas pelo contrário, as motos triplicaram de preço. Uma moto que venderia por R$ 10 mil, as pessoas estão pedindo de R$ 25 mil a R$ 30 mil”, diz.

Paulinho parabenizou o evento e a cidade. “Primeira vez que vim e achei muito legal. O Brasil inteiro está sabendo desse evento e o Brasil inteiro esteve aqui participando. Foi bonito demais. Estou muito feliz de estar em Brusque. A cidade me recebeu de braços abertos. Pessoal super gente boa, no hotel, na organização. Adorei”, pontua.

Mulheres 2 Tempos

Beatriz Coan/O Município

Fundado em 2015, o grupo Mulheres 2T Brasil reúne as apaixonadas pelas motos. São mais de 40 mulheres espalhadas pelo país que trocam dicas e orientações de como cuidar da mecânica dos seus veículos.

A base do grupo fica em Jaraguá do Sul e é o ponto de partida para diversos passeios, conhecidos como “Rolê das Gurias”. Neles participam cerca de 20 motoqueiras que se reúnem para rodar juntas pela estrada.

Conforme uma das administradoras do grupo, a manicure Beth Candido, 29, foi através do evento que o grupo se fortaleceu. Após Edinho divulgar o grupo durante um dos encontros mais mulheres passaram a participar.

Dois destinos e 1,3 mil quilômetros

Beatriz Coan/O Município

A dupla, Márcio Tadashi Yamamoto, 49, e Alan Souza, ou o Chapolin, 27, decidiu participar pela primeira vez do evento. Mas diferente de muitos participantes, eles vieram de São Paulo com as motos rodando.

Para aproveitar a viagem e realizar uma vontade, a dupla de amigos decidiu estender o passeio e ir até Urubici, na Serra Catarinense, para conhecer a serra do Corvo Branco. Até Brusque, os amigos já rodaram mais de 1,3 mil quilômetros ao longo de três dias de viagem.

Foi a primeira vez que percorreram uma distância tão longa e, apesar do cansaço, eles afirmaram que valeu a pena. “A emoção ganha de tudo. Frio, chuva, sol, vento na cara, poeira, estrada de terra, caminhões, muitos caminhões, mas foi muita emoção”, afirma Márcio.


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