A conta do coronavírus
Por Mario Cezar de Aguiar, presidente da Fiesc O país e o mundo vivem um momento sem precedentes, comparável a uma guerra, que precisamos vencer todos juntos, para preservar vidas. As medidas tomadas pelo poder público para reduzir a propagação do coronavírus, contudo, vão gerar perdas irreparáveis para cidadãos e empresas. Fazer frente a elas […]
Por Mario Cezar de Aguiar, presidente da Fiesc
O país e o mundo vivem um momento sem precedentes, comparável a uma guerra, que precisamos vencer todos juntos, para preservar vidas. As medidas tomadas pelo poder público para reduzir a propagação do coronavírus, contudo, vão gerar perdas irreparáveis para cidadãos e empresas. Fazer frente a elas vai exigir coragem e sacrifício de todos. A conta chegou primeiro à iniciativa privada, mas o setor público e outros segmentos da sociedade também precisarão participar desse esforço.
É inerente à iniciativa privada correr riscos, mas em uma situação de excepcionalidade, como a atual, as empresas não podem suportar toda a carga sozinhas. O que vai acontecer com uma pequena empresa que teve seu faturamento zerado do dia para a noite e que precisa honrar folha de pagamento, impostos e uma infinidade de boletos? Ela pode fechar as portas com a mesma velocidade com que teve seu faturamento interrompido. Importante lembrar ainda que uma parcela enorme da economia brasileira é informal, principalmente devido ao custo do Estado.
Precisamos estar preparados e tomar medidas agora, para que quando a crise da saúde passar não se instale o caos social e tenhamos condições de superar os duríssimos impactos econômicos que se projetarão por bastante tempo. O fardo precisa ser distribuído e alguns devem ser chamados primeiro, começando pelo setor público. Não só com uma parcela de contribuição do servidor, mas também com a revisão de gastos não essenciais.
É hora de rever com rigor benefícios, privilégios e despesas supérfluas. A classe política precisa ir além, redirecionando recursos para áreas essenciais. Postergar as eleições e usar o fundo partidário para enfrentar a crise da saúde faz todo o sentido. O capitalizado setor bancário brasileiro deve voltar-se ao seu objetivo mais importante, que é financiar o desenvolvimento, em condições condizentes com o atual momento.
O setor privado ainda não sabe o tamanho da conta. Mas uma certeza existe: ele vai arcar com grande parte dela e, inclusive, já começou a fazer isso. O que se espera é que a conta seja dividia com todos os setores, especialmente aqueles que tem como dever institucional servir a sociedade.