A enfermeira do Azambuja
Além da vida religiosa, Neuza dos Santos dedica seu tempo para cuidar dos doentes
Percebo que a mulher tem uma visão de mundo como um todo, é sensível, sabe cuidar, amar, transformar
Irmã Neuza iniciou na vida religiosa aos 17 anos, quando começou a estudar em um colégio de freiras. Durante o período na escola, ela sentiu o chamado de Deus e decidiu seguir a vida religiosa. “Sempre tive um apelo muito grande dentro de mim para a doação, ajudar o outro, os mais necessitados. Sabia que tinha que fazer alguma coisa para ajudar”.
Paralelo aos seus afazeres como freira da congregação As Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, ainda jovem escolheu seguir a profissão de enfermeira. “É uma dedicação muito grande cuidar do outro no momento em que está mais fragilizado, que é a doença. Inicialmente fiz curso técnico de enfermagem, depois fiz faculdade e já são quase 30 anos como enfermeira”, conta.
Esta não é a primeira vez que ela atua no hospital. Em outra oportunidade, se dedicou por três anos à instituição do município. Após isso, foi fazer cursos de especialização em Curitiba e atuou no Hospital Pequeno Príncipe, referência na capital paranaense.
“Sempre gostei muito daqui. Então, no ano passado, a congregação perguntou se eu queria voltar para Brusque. Não pensei duas vezes e logo aceitei porque é um hospital que eu me identifico muito”, afirma a irmã, que é natural de Campos Novos, Meio-Oeste de Santa Catarina.
A rotina de Irmã Neuza é puxada. Levanta todos os dias às 5h15 para exercer seus compromissos como religiosa ao lado das outras seis irmãs da congregação que atuam e vivem no complexo de Azambuja. “Faço minhas orações, vou à missa todos os dias e tem também a missa no hospital”.
O trabalho como gerente de enfermagem inicia às 7h e se estende ao longo do dia. “Aqui no hospital exerço de tudo um pouco, sou responsável pela parte de enfermagem e na parte de gestão geral do hospital, principalmente gestão de pessoal. Visito todos os setores e estou sempre disponível”.
É uma dedicação muito grande cuidar do outro no momento em que está mais fragilizado, durante a doença
Ao fim do dia, Irmã Neuza reserva um tempo para mais orações e à noite retorna ao hospital para passar orientações aos funcionários do turno da noite. “Todo paciente que vem aqui tem que ser bem cuidado, temos que garantir a saúde e a melhora dele”, diz.
Vocação
O trabalho como enfermeira e religiosa é intenso, mas Irmã Neuza garante que fez a melhor escolha para a sua vida. “Tanto como religiosa quanto enfermeira é preciso ter o dom, ter a vocação, muita dedicação e amor para cuidar do outro. A felicidade da pessoa se realiza naquilo que ela escolhe, por isso, na vida religiosa temos um tempo longo de formação para saber se é isso que realmente queremos”.
Ela se sente extremamente realizada e feliz com a vida que leva como mulher, religiosa e enfermeira. “Sinto que fiz as escolhas certas. Percebo que a mulher tem uma visão de mundo como um todo, é sensível, sabe cuidar, amar, transformar, a mulher é guerreira e tem capacidade para fazer tudo o que quiser”.