esponja-racista

Enquanto a adição de novas bonecas com novos tipos de corpo e tons de pele da Barbie é aplaudida, uma polêmica envolve um boneco-esponja que apareceu para “causar” na edição 16 do reality show Big Brother Brasil. Acontece que um dos objetos que compunham a pia, era um boneco-esponja negro, cujo cabelo Black-power era utilizado para lavar a louça. Não demorou muito para que uma chuva de comentários críticos ao tal boneco enchesse a web. Esses comentários alegavam que tal boneco só reforça o preconceito, comparando o cabelo crespo “ruim” com uma esponja de aço.

            Antes de tudo, assumo que não estou a estabelecer tal comparação. A meu ver, o racismo, bem como outros pensamentos de ódio os quais não venero, é criado pelas pessoas. O homem criou o racismo assim como criou Deus e o boneco cujo cabelo tem a função de esponja.

            Não venho aqui para explanar um discurso de ódio ou algo do tipo. Gostaria apenas de trazer uma reflexão. Tal linha de ‘esponja-bonecos’ vem sendo massacrada por utilizar o cabelo do negro como utensílio de limpeza. Todavia, a linha de esponjas possui quatro modelos de bonecos, representando diversos estilos. Dois deles são negros (um é denominado “diva” e o outro, o polêmico, de “disco”) e dois brancos, com os títulos de “punk” e “groove”. Portanto me questiono: não seria vitimismo dos que se importam, uma vez que a marca não utiliza de uma explícita conotação racista? Digo isto visto que não está segregando por cor.

            Pensando pelo lado da marca, que é alemã e especializada em “fun products”, deixo no ar a pergunta: se esta tivesse lançado com apenas bonecos de coloração branca, seria tão criticada quanto está sendo?

João Marcos D. Machado – 16 anos – IFSC, Química 2