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A história de um telefone sem fio

Nós somos duas e somos oito. Eu, Pati, um telefone, roupas, perucas, chupeta, uma coroa de flores, um rádio, um bebê.

Monólogos e diálogos que contam o mesmo fato sob a perspectiva e versão de cada personagem compõem o texto da peça “Telefone sem Fio”, criado e encenado pela primeira vez em 1997, no palco do Centro Evangélico.

Desde então nos apresentamos em diversos locais, cidades, instituições, pois a montagem acaba abordando um tema cotidiano, nas relações pessoais e em ambientes de trabalho: problemas causados pela má comunicação. Tudo regado a muita comédia. A plateia se identifica de uma forma muito natural, pela história e pela empatia com as personagens. Ouvimos muitas vezes, após as apresentações: “A Dona Dulce parece uma vizinha minha” ou “Conheço alguém como a Wal”.

Texto e atuação de duas brusquenses, com personagens típicos da cidade, sotaques e expressões da fala, fazem do “Telefone sem Fio” um recorte da cultura local, sob um olhar irônico e caricato, que dispensa explicações ou releituras. A peça abusa da comédia sem apelar para estereótipos ou palavrões. A risada surge por causa da trama, das atuações, do texto, simplesmente.

E nós rimos junto, sempre. Uma da outra, durante ensaios e montagem do cenário, e nos poucos segundos de bastidores nas trocas de personagens, enquanto a outra sozinha em cena solta alguma frase engraçada.

São quase vinte anos de parceria nesse e em outros trabalhos, que fluem com leveza e conexão graças à amizade e sintonia incríveis que existem entre eu e a Pati. E entre a Wal, a Dona Dulce, o Max, o Seu Osmar, a Salete, a Gise, a Camila e a Taís.

 

 

Lieza Neves – atriz e produtora cultural

 

 

 

 

“Telefone sem fio” surgiu de uma brincadeira, ou melhor, de várias brincadeiras que Lieza e eu fazíamos para amigos. Criávamos e fazíamos graça o tempo todo. Então tivemos a ideia de dar vida no palco a esses personagens.

É uma comédia que ultrapassa gerações e se faz atual sempre, porque fala do cotidiano, porque é engraçada, porque tem personagens muito reais do convívio de todo mundo.

Lieza é uma atriz incrível, minha amiga de muitos anos, minha irmã de coração com quem eu amo encenar, com quem eu amo subir no palco. Temos uma química cênica que torna tudo muito mais fácil e mais divertido. O texto se renova em cada apresentação porque temos muita intimidade com ele e porque ficamos muito a vontade uma com a outra em cena, para brincarmos, nos conhecemos muito bem e por isso sabemos que o que pode ser dito e o que a outra vai fazer em tal situação. A gente simplesmente se diverte, por isso deu certo.

A Waldireny, de Lieza, é um personagem que eu amo, que me faz gargalhar fora de cena, como também o Max, Gise também é ótima, ela é debochada e sem noção.

É muito bom poder trazer novamente essa peça para o público aberto. Tenho certeza que todos irão sair do teatro com dores musculares de tanto gargalhar.

 

Patricia Souza – atriz e locutora

 

 

 

 

A peça “Telefone sem Fio” será apresentada neste domingo, dia 27, no Teatro de Azambuja. Serão duas sessões: às 18h e às 20h. Ingressos a R$ 30,00 (antecipados na Livraria Saber – Shopping Gracher).