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A hora do mata-mata

O novo técnico do Brusque teve quase duas semanas para ajustar o time para o início do mata-mata da Série D, onde vencer em casa é obrigação, e de preferência sem tomar gols. Estive no treinamento durante a semana e posso afirmar que o clima é o melhor possível, e isso é ótimo. Passou aquela […]

O novo técnico do Brusque teve quase duas semanas para ajustar o time para o início do mata-mata da Série D, onde vencer em casa é obrigação, e de preferência sem tomar gols. Estive no treinamento durante a semana e posso afirmar que o clima é o melhor possível, e isso é ótimo. Passou aquela pressão da última rodada, a saída de Pingo já foi assimilada e todo mundo está firme no propósito de classificar. Agora é outro campeonato.

Imagino que Jersinho Testoni vá manter uma base do que Pingo deixou no Bruscão, mas isso não significa que ele vai repetir fielmente o que o ex-treinador fez. Quando entrevistei ele na TV Brusque, o técnico deu a entender que tinha algumas divergências no que diz respeito ao ataque e ao setor de articulação. Agora, é ele que manda. Tem uma grande oportunidade diante de um adversário complicado, cujas armas são conhecidas do treinador, e que se classificou sem muitos sustos.

A sorte está lançada. Ninguém quer ver espetáculo. Quer ver bola na rede. Na Série D, não vence quem joga bonito. Que esse clima favorável e as novas ideias do técnico façam o time, que mostrou que cria muitas chances de gol, possa concluir com maior eficiência. Se acertar na receita, a Série C fica mais perto.

Mudanças drásticas

Já escrevi várias vezes fazendo alusão ao estilo administrativo da Chapecoense, consagrado pelo saudoso e brilhante dirigente Sandro Pallaoro. Com maior força depois da tragédia de novembro passado, todos ficaram sabendo da forma de trabalho do clube e a forma como lidavam com seus técnicos.

A saída de Vagner Mancini, criticada pela maioria dos torcedores e que criou um bombardeio de críticas que há tempo não via em situação semelhante, me coloca uma dúvida: estaria desmoronando aquele estilo de administração da velha Chape?

Primeiro, é bom mencionar que Rui Costa não é “da raiz” do clube, vindo de fora com uma difícil missão e, vamos admitir, com um trabalho bem feito em tempo exíguo. Ganhou o título estadual e, no campo, obteve uma vaga na segunda fase da Libertadores. Só que ele carrega as práticas dos outros clubes, e aí se inclui a troca constante de treinadores, da forma como conhecemos.

A troca de técnico não só foi precipitada como criou outro problema: o clube foi ao mercado, tentou um técnico (bem) empregado no América-MG e que lá está em situação cômoda, com boa campanha. Por mais que Rui Costa tenha enxergado em Enderson Moreira o nome para tocar o clube por causa da forma com que lida com atletas da base, o “toco” tomado nessa tarde só aumenta o vexame. O escolhido, que pousou no aeroporto Serafim Bertaso sabendo que era plano B, conhece o antigo clube, mas não sabe como é o novo. Vinicius Eutrópio, que treinou o time por nove meses em 2015 com um aproveitamento quase igual ao de Mancini (algo em torno de 51%), terá que vencer a desconfiança do torcedor e de todos que concordam que a troca de técnico não era a melhor.

No fim, a tacada deu errado. Agora, é botar o pé no chão e tentar remendar do jeito que dá, com uma segunda opção. Ainda que nada esteja perdido, é hora do clube sentar e ver o que está acontecendo. Muitos elogiavam as práticas gerenciais da Chape no futebol. Agora se abriu uma porta perigosa. Que isso não prejudique o time em sua caminhada.

O clube não vai acabar se cair. Só vai forçar uma mudança grande de planejamento na próxima temporada onde, e é bom mencionar, só três jogadores tem vínculo assinado. Será um novo trabalho para reerguer. Melhor evitar isso.

Agito
O Brusque está fazendo um barulho pra colocar um bom público no jogo contra o São José. Promoveu sorteios de ingressos na imprensa, colocou carro de som na rua e passou a partida de sábado para domingo, esperando mais gente. Pena que o apelo não é o mesmo que no Estadual. Se tivermos dois mil torcedores, me dou por satisfeito.

Polêmica
O Campeonato de Futebol Amador de Brusque teve mais um problema grave de organização. Além dos dirigentes reclamarem da falta de organização, um árbitro de São Francisco do Sul chegou com 1h30 de atraso em uma partida noturna (ele precisa estar no estádio 2h antes da partida) provocando outro problema. Há consenso entre os dirigentes ouvidos pela coluna que o campeonato precisa voltar a ser organizado pela FME no ano que vem. A edição deste ano, feita por um grupo que queria reativar a finada Liga Desportiva Brusquense, não vai bem.

Basquete
Trabalho bom precisa ser reconhecido: o técnico George Salles, de anos de passagem pelo basquete de Brusque e hoje comandando o jovem time de Joinville, conquistou um excelente vice-campeonato da Liga Ouro de Basquete, perdendo o título no quinto jogo para o Botafogo, de folha salarial bem superior. Prova de sua competência. Enquanto isso, o basquete brusquense começa nesta semana a Copa Santa Catarina preparando-se para defender os títulos do Estadual e os Jogos Abertos, tentando apagar o mau resultado na Liga Ouro.