Primeiro prefeito de Guabiruba foi eleito por escolha de figuras notáveis da cidade
Primeiro mandatário tinha salário de apenas 10 cruzeiros, equivalente hoje a 36 centavos
Mas ele não foi eleito pelo voto direto: o primeiro prefeito foi escolhido por líderes comunitários, constituídos através de um conselho representativo, com cidadãos de diversos segmentos da sociedade, denominado como um Conselho de Notáveis. A escolha do primeiro comandante do Executivo aconteceu em sessão pública, realizada no prédio da empresa Kohler & Cia. (antiga marcenaria), localizada na atual rua 10 de Junho, no centro de Guabiruba.
A sessão foi coordenada por Carlos Boos – um dos principais articuladores da emancipação, que foi o segundo prefeito do município, e contou também com a presença de outros representantes ilustres da sociedade guabirubense à época: Leo Kormann, Paulo Kohler, Érico Truppel, Evaldo Debatin e Arnaldo Batschauer.
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A decisão do Conselho de Notáveis foi ratificada pelo governador da época, Celso Ramos, que homologou a nomeação de Dirschnabel para exercer o mandato de prefeito entre 10 de junho de 1962 e 31 de janeiro de 1963. O salário do prefeito era de 10 cruzeiros mensais, o que equivale, hoje em dia, a apenas cerca de 36 centavos, de acordo com o câmbio atual.
Uma curiosidade da época é que o vencimento do primeiro prefeito era tão irrisório que a aquisição da primeira máquina de escrever da prefeitura, no valor de 97 cruzeiros, custou quase dez vezes mais.
Henrique Dirschnabel assinou o termo de compromisso e posse perante representantes do governo estadual e várias autoridades regionais, além de um grande número de pessoas. O juiz Sell também discursou, desejando votos de felicidade ao novo prefeito e à população guabirubense. Filho do prefeito, o professor Mário Dirschnabel agradeceu ao governador pela confiança depositada no pai.
O edifício da Prefeitura de Guabiruba ocupou as dependências da alfaiataria de Leo Kormann, na rua 10 de junho, por um mês. Depois disso, foi instalada no prédio da Kohler & Cia., onde permaneceu até a terceira legislatura, quando o prefeito era Vadislau Schmitt. As idas e vindas da sede do poder Executivo também são tema deste caderno especial, e as mudanças promovidas pelos dez prefeitos também serão contadas ao longo da leitura.
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