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A praça Barão de Schnneburg é nossa!

Com a demolição do antigo Platz, o destino da Praça Barão de Schnneburg volta à discussão entre os brusquenses. Em pleno coração da cidade, próximo a vários pontos turísticos, pode ser o espaço ideal para fortalecer a história e a cara de Brusque. Como já disse o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFEBE, Marcelius Aguiar, “ A praça precisa ser um marco para a cidade em que os brusquenses se sintam acolhidos, que as pessoas pensem em Brusque e imediatamente associem a cidade à praça. Algo ousado e marcante”. E fiquei feliz em ver a população se mobilizando em torno da decisão sobre o que fazer com ou na Praça. Afinal, parece que houve um despertar de que “a Praça é nossa”!

Resgate do Empoderamento

Se a praça é nossa, temos o direito e o dever de nos manifestar. É momento de resgatar o chamado “empoderamento”, tão esquecido nos dias de hoje. Já houve um tempo em que a população se envolvia mais com a “coisa pública” e a participação da comunidade nas decisões de interesse coletivo era estimulada e até exigida e mostra disso é um decreto dos tempos de império que regulamentava a administração das colônias brasileiras, determinando que a gestão fosse feita com a efetiva participação da comunidade. Ele era aplicável às novas colônias e também às colônias já existentes como, por exemplo, à “Colônia Itajahy” (Brusque).

 

Nos tempos do Império

 

Dizia o Decreto Imperial de 19 de janeiro de 1867: nas colônias haverá uma Junta Colonial composta de oito membros, a saber: o Diretor, o médico, e mais seis pessoas escolhidas entre os colonos. Competia à junta deliberar sobre a distribuição da renda da colônia, aplicando-a na construção, reparos e consertos de edifícios destinados ao culto, à instrução e à administração, assim como de estradas e pontes, além de outros investimentos necessários àquele tempo. Era competência da Junta decidir sobre a organização do orçamento anual, estabelecendo que a receita da colônia seria composta pelas quantias com que o governo Imperial destinasse para o seu custeio; pelas receitas da venda dos lotes de terra; pela arrecadação de multas e pelo desconto de até 5%, que se fizessem nos salários dos colonos empregados em obras coloniais.

Cabia à Junta decidir como os recursos seriam aplicados, observando o regramento e o que fosse conveniente ao bem-estar e ao interesse coletivo da colônia, o que fez com que a participação dos munícipes na gestão dos recursos públicos fosse um processo coletivo natural. Passados 150 anos e, em que pese os tempos serem outros, penso que é hora de “tomarmos as rédeas” e aproveitar a oportunidade para participar da discussão sobre “o que queremos para a praça”. Afinal, trata-se de um espaço que faz parte da história de Brusque.

 

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Transformado em praça nos anos 50 após a infeliz demolição do palácio de Carlos Renaux, a Praça “Barão de Schneeburg” já passou por várias transformações. Localizado no coração da cidade, tem enorme valor social, político e estético, sendo o ponto ideal para acolhimento tanto dos brusquenses quanto dos turistas. Um espaço onde vender coisas não é apropriado.

Minha sugestão é que o espaço seja ambientado para ser um ponto de encontro, reflexão e apreciação, que seja integrado ao ambiente urbano, com bancos e uma ou duas esculturas e colorido com canteiros de flores, estabelecendo uma relação de cumplicidade. Sugiro, ainda, que seja implantada uma “Casa do Turista” no local onde funcionava a “Banca Jardim”. Algo viável, de baixo custo e rápida implantação. Simples assim.

 

E você, caro leitor, o que sugere para a praça?