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Brusquenses fazem abaixo-assinado contra tombamento de igreja luterana e maternidade

Documento é uma iniciativa de pessoas de fora da comunidade luterana e deve ser encaminhado ao prefeito nas próximas semanas

Um abaixo-assinado contra a proposta de tombamento dos prédios da Igreja Evangélica de Confissão Luterana – paróquia Bom Pastor e, da antiga Maternidade Cônsul Carlos Renaux, circula desde o início deste mês em Brusque.

De acordo com o presidente da Comunidade Bom Pastor, Sérgio Kuchenbecker, o documento não é uma iniciativa da comunidade, no entanto, todos os membros abraçaram a causa. “Todos acharam muito interessante esta iniciativa e estão engajados. Muitos membros da nossa comunidade estão recolhendo assinaturas para o abaixo-assinado”, diz.

O número de assinaturas ainda não foi contabilizada, já que o documento ainda está em circulação. “Cada folha tem espaço para 30 assinaturas. Algumas pessoas já nos entregaram a folha com a lista toda preenchida. Mas ainda temos mais abaixo-assinados circulando”.
Kuchenbecker classifica a iniciativa positiva. “Nossa comunidade vê o exemplo de outras cidades que tombaram templos como patrimônio histórico e hoje eles estão caindo aos pedaços porque não têm recursos para manutenção. Não queremos que isso aconteça. Queremos manter o nosso patrimônio”.

Nas próximas semanas, o abaixo-assinado deve ser recolhido e encaminhado para o prefeito interino Roberto Pedro Prudêncio Neto, que tem a missão de decidir se os imóveis serão tombados ou não. “Vamos encaminhar ao prefeito. Já tivemos um primeiro contato com ele e fomos muito bem recebidos. Com o abaixo-assinado, a nossa negativa para esta proposta fica mais evidente. Esperamos que ele concorde com a nossa posição”.

A Secretaria de Comunicação da prefeitura afirma que Prudêncio ainda não tem um posicionamento sobre o assunto, já que o prazo para sua decisão é até o dia 24 de agosto. A secretaria informa ainda que a prefeitura está buscando conversar com todos os envolvidos para poder resolver a questão de uma maneira democrática.

Entenda o caso

No fim de outubro do ano passado, o historiador Álisson Castro protocolou no Conselho do Patrimônio do município e no Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), o pedido de tombamento dos prédios da Igreja Luterana e da antiga maternidade. Estudioso da área, na época o historiador justificou a sua ação por entender que os dois imóveis fazem parte da história de Brusque. “São edificações que não só a comunidade luterana ou as pessoas que participam do cotidiano da igreja, ou que nasceram na maternidade, se identificam. É a partir desses imóveis que a gente acaba tendo a nossa referência de cidade”, diz.

No entanto, desde o início do processo, os membros da comunidade foram contra a iniciativa. “Se o poder público tivesse recursos para isso, sim. Mas não tem. Se acontece alguma coisa tem que ir atrás, tem toda uma burocracia. A igreja luterana de Blumenau caiu um muro e há três anos estão esperando recursos para resolver o problema porque ela é tombada. Não queremos que isso aconteça aqui também”, diz Kuchenbecker.

O Conselho do Patrimônio de Brusque deu parecer favorável ao pedido do historiador e, agora, a decisão está nas mãos do prefeito.