Abel Moda busca patrocinadores para reequilibrar as contas após saída recente de parceiro
FIP rescindiu contrato de patrocínio no final do ano, antes do segundo turno da Superliga de vôlei feminino
Dona do menor orçamento da Superliga de vôlei feminino, a Abel Moda tem se movimentado para tentar equilibrar as contas após o baque sofrido no fim de 2022: a saída da FIP, uma de suas principais e primeiras patrocinadoras. O acordo foi rescindido ainda em meio à temporada da Superliga, antes do fim do primeiro turno.
“A gente agradece à FIP, ao Cisso [Newton Patrício Crespi, proprietário], em nome de toda a equipe todo o projeto Abel. Eles foram muito importantes para nossa participação na Superliga B e na Superliga C. Se hoje estamos jogando a elite do voleibol brasileiro é graças a eles também”, comenta o técnico Maurício Thomas.
A equipe tem um projeto aprovado pela Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) no valor de R$ 1,3 milhão, mas, de acordo com o Maurício, a Abel Moda está com dificuldades para captação de recursos. A LIE permite que recursos provenientes de renúncia fiscal sejam aplicados em projetos esportivos em todo o país.
“Conseguimos captação para o projeto social, que é onde as empresas têm preferência. Estamos em dificuldades para pagar as contas, mas a gente vem buscando apoio, no estado inteiro, porque a equipe representa Santa Catarina. Seguimos lutando para representar bem o estado”.
O ano começa com uma sequência de partidas da Abel Moda em casa. Em 2022, oito de 10 rodadas da Superliga tiveram jogos longe de Brusque. De domingo, 8, até 4 de fevereiro, serão cinco confrontos consecutivos como mandante. Thomas vê esta parte do calendário como um estímulo em potencial não só ao público, mas também às empresas locais, com novos patrocínios que ajudem a Abel Moda a se recuperar financeiramente.
“Agradecemos aos patrocinadores que seguem conosco neste momento e abraçaram o time. Mesmo com os resultados negativos, as pessoas aprovam e trazem muitas mensagens de apoio. Todo mundo sabe a diferença financeira, de nível na Superliga. Mas temos apoio da comunidade, dos torcedores, e isto é o que motiva o projeto Abel a continuar. Nossos patrocinadores trabalham nos limites deles, dando seu melhor. Não só no time adulto, mas como os patrocinadores e apoiadores dos trabalhos”, completa Thomas.
Sequência da Superliga
Em sua primeira temporada na Superliga, a Abel Moda tem encontrado dificuldades com os adversários, que vivem realidades financeiras superiores. O mercado de atletas para este nível de competição tem salários que geralmente extrapolam os limites do orçamento do time brusquense.
Portanto, é o momento mais complicado em termos de resultados, desde que a equipe começou as atividades, em outubro de 2021. No ano passado, a equipe foi campeã do Catarinense, dos Jogos Abertos de Santa Catarina e da Superliga C; no início de 2022, foi vice-campeã da Superliga B, obtendo o acesso à elite.
Além da disparidade financeira, o elenco conviveu com lesões. No início da Superliga, Maurício Thomas chegou a trabalhar com escalações sem líbero porque a única atleta da posição, Audren, estava lesionada. A ponteira Laura Pascua, da seleção colombiana, vinha sendo um dos grandes destaque da equipe, mas ficou de fora de boa parte da Superliga por uma lesão no ombro.
A data-limite para inscrição de novas atletas é 12 de janeiro, mas, por conta das dificuldades financeiras, a Abel Moda não deve contratar reforços. “A prioridade é pagar os salários das meninas que estão jogando com a gente. Queremos continuar o projeto, na Superliga A ou B. A continuidade é essencial. Precisamos de um parceiro que nos auxilie na sequência do campeonato”.
Apesar das dificuldades, há um crescimento no rendimento da equipe. Em especial, as atuações contra o Dentil Praia Clube, que é um dos principais clubes do Brasil na atualidade, e também contra o Energis 8 São Caetano. A meta é alcançar cinco vitórias até o final da primeira fase, com o objetivo de permanecer na elite do vôlei nacional e continuar a luta para se estruturar neste nível.
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