Academias de Brusque reclamam de falta de diálogo da prefeitura para suspensão de atividades
Responsáveis destacam investimentos feitos para se adequar às medidas de segurança
As academias terão que ficar fechadas por sete dias em Brusque após novo decreto da prefeitura publicado nesta segunda-feira, 20. Esta é uma das medidas para tentar controlar o crescimento da Covid-19 na cidade.
Coordenador geral da Viva academia, Gustavo Borba afirma que a categoria não foi procurada pelo poder público municipal para discutir a suspensão do funcionamento, mas que estavam cientes de que isto estava sendo discutido pelas autoridades locais.
“Ninguém nos procurou para saber se haviam casos para eles terem embasamento para entrar em um acordo para fechar as academias. Até concordaríamos em fechar, mas se fosse para fechar tudo. As academias são um local onde as pessoas procuram qualidade de vida. Até então, não existe nenhum estudo dizendo que academias são um local de alto contágio de Covid-19”.
Borba afirma que a Viva estava sendo rigorosa em relação ao uso de máscaras, proibição do celular e levaram à risca as orientações da prefeitura.
“Chamamos a Vigilância Sanitária inúmeras vezes para ver se está tudo de acordo, porque nossa estrutura é muito grande. Toda vez que a gente reativava algum setor, procurávamos eles para darem o ok. Inclusive, recebemos elogios pelas nossas medidas, com tapete na entrada para higienização dos pés, catraca liberada, álcool gel em vários locais para higienização dos aparelhos. A gente fechava cada setor de hora em hora para fazer uma limpeza bem profunda. Investimos bastante em divulgação também, mas isso nada importou para eles”.
Segundo o proprietário da Life Up, Daniel Zimmermann, as academias foram surpreendidas pela decisão. Várias adaptações foram feitas para que o local voltasse a funcionar desde o dia 23 de abril, quando o governo do estado emitiu decreto autorizando.
“As academias foram classificadas como atividades essenciais e do nada eles resolvem fechar sem ao menos conversarem com a gente pois tomamos todas as medidas que foram pedidas. Vários artigos científicos mostram que o maior fator de risco da Covid-19 é o sobrepeso e obesidade aí eles querem fechar o que ajuda as pessoas a emagreceram e melhorarem sua imunidade?”, questiona.
Ele explica que os estabelecimentos fizeram investimento para se adequar às regras de funcionamento e não concorda com o fechamento.
“Investimos em álcool gel, tapetes, contratando mais meninas de limpeza para higienizarem direto os aparelhos”, explica. Para Zimmermann, o o ideal seria uma maior fiscalização do poder público para que locais que não estivessem cumprindo as orientações fossem proibidos de funcionar.
Zimmermann afirma que o estabelecimento tem janelas grandes para facilitar a entrada de ar e mais de 700 metros quadrados de área, permitindo a circulação de ar. “É bem tranquilo pra treinar muito diferente de canchas e lojas de shopping que nem janela tem. Acredito que nosso vice prefeito acha que estamos lidando com vírus seletivo que só ataca em igrejas e academias”.
Segundo o vice-prefeito Ari Vequi (MDB), a prefeitura se baseou unicamente em critérios técnicos para a suspensão do funcionamento das academias e que não existia argumento sustentável para contrariar a sugestão de epidemiologistas neste sentido.