Acadêmicos de Medicina da Unifebe prestam serviços de saúde à Comunidade Indígena em Major Gercino
Ações foram desenvolvidas durante a curricularização da extensão
Mais de 160 pessoas e 40 famílias da comunidade indígena Tekoá vy’a mbyá-guarani, na cidade de Major Gercino foram atendidas pelos acadêmicos da 2ª fase do curso de Medicina da Unifebe. A atividade foi realizada durante a Curricularização da Extensão, no componente curricular de Cultura e Cidadania, ministrada pela professora Jô Rosa.
Durante a visita, os estudantes conheceram a realidade da tribo e desenvolveram uma série de ações em prol da saúde, como teste de glicemia, aferição da pressão, ausculta pulmonar e cardíaca.
Além disso, em grupos, os acadêmicos realizaram conversas educativas sobre saúde bucal para as crianças, higiene íntima para as mulheres, sobre maternidade para as gestantes, saúde para os idosos e formação profissional para os jovens.
Diversidade cultural
Reconhecer a diversidade social e cultural dos povos indígenas, o modo como se organizam e as adversidades que enfrentam, dentro e fora da Aldeia, foram de extrema relevância para a acadêmica Natália Schead Teotônio.
“Vimos de perto o quão imprescindível é auxiliar na promoção da saúde dos indígenas, por meio da prevenção de doenças. Investir em profilaxia é uma atitude de acolhimento e zelo com a vida daqueles, cuja significação cultural e histórica é memorável. Ademais, todos esses cuidados também são importantes para mitigar os preconceitos existentes. Essa visita, que exigiu um olhar humanizado, despertou em mim a vontade de continuar o projeto de intervenção, bem como envolver outros profissionais de diferentes áreas da saúde. De lá, trouxe comigo mais solidariedade e a certeza de que escolhi a profissão certa”, reconhece a estudante.
Antes de visitar a comunidade indígena os acadêmicos da Unifebe participaram de uma palestra com a doutora Vandreza Amante Gabriel, para uma contextualização da temática e apresentação da proposta.
Em seguida, por meio da metodologia de Aprendizagem Baseada em Projetos – ABP, os estudantes construíram a problemática a ser trabalhada e traçaram um plano para cumprir com os objetivos propostos.
“Por meio do projeto de Curricularização da Extensão, os acadêmicos conheceram os indígenas da comunidade Tekoá Vy’a Mbyá-Guarani, perceberam a situação de saúde daquele povo e identificaram quais ações de saúde eles priorizam como necessárias. A partir dessa metodologia, buscamos trabalhar os conteúdos científicos da Medicina em paralelo com os conceitos de Cultura e Cidadania. Lá eles aplicaram seus conhecimentos em favor da comunidade e desenvolveram um olhar mais sensível sobre diferentes realidades”, enfatiza a professora Jô Rosa.
O intuito é que semestralmente o curso visite a Aldeia, em Major Gercino, para realizar as ações de saúde.
Comunidade Tekoá Vy’a Mbyá-Guarani
A Aldeia Feliz, Tekoá V’ya está situada no município de Major Gercino, em uma área comprada em 2007, com recursos de indenização pela desapropriação de terras da Tekoá Itaty, situada no Morro dos Cavalos, Palhoça.
Os recursos são provenientes do convênio entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a FUNAI, por conta da duplicação da BR-101, trecho Palhoça (SC) – Osório (RS).
Em 2009, 12 famílias do grupo Mbyá-Guarani que vivia na Tekoá Itaty se mudaram para as terras compradas em Major Gercino, formando a Tekoá V’ya. Atualmente mais de 160 pessoas residem na Aldeia.