Acadêmicos transformam fotos de Brusque durante quarentena em cartões postais

Alunos da Unifebe produziram os materiais

Acadêmicos transformam fotos de Brusque durante quarentena em cartões postais

Alunos da Unifebe produziram os materiais

As janelas dos apartamentos ou os quintais de casas emolduram um novo olhar sobre Brusque durante a quarenta. As fotos transformadas em cartões postais são resultado do projeto Cidade Invisível, desenvolvido com os estudantes da 1ª fase de Arquitetura e Urbanismo, Design de Moda, Design Gráfico e Publicidade e Propaganda do Centro Universitário de Brusque (Unifebe).

Olhar a cidade sobre várias óticas foi o objetivo do trabalho realizado com os acadêmicos, que utilizaram como referência As Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino. Na obra, a cidade ultrapassa seu conceito geográfico e se mostra com signos complexos e inesgotáveis da existência e do olhar humano.

A partir das várias cidades abordadas por Calvino, os estudantes pesquisaram sobre Brusque e entrevistaram alguns moradores. “Para representar essa relação entre o livro e os relatos, eles foram instigados a buscar imagens que representassem todo esse conceito de que uma mesma cidade pode ser vista de várias formas”, explica a professora coordenadora do projeto, professora Silvia Teske.

Com as fotos prontas, os estudantes precisaram usar sua imaginação para transformar essas imagens em cartões postais. Todo esse processo criativo inspirou Diego Martins, acadêmico da 1ª fase de Design Gráfico, a ter uma visão diferente do cotidiano. “Na correria do dia a dia, não paramos pra enxergar o lugar onde vivemos, e a beleza está nessas peculiaridades que geralmente passam sem perceber”, complementa o aluno.

O coordenador de Publicidade e Propaganda, professor Thiago Santos, salienta que a atividade fez com que os alunos pensassem por um viés crítico, científico e cultural. “Os aspectos abordados no livro e retratados pelo projeto possibilitou aos alunos se questionarem, indagarem o sistema em que estão inseridos e a representação da cidade em que residem”, enfatiza Thiago.

E foi essa forma de pensar que estimulou o senso criativo dos estudantes. “Fazer os cartões postais, por meio dessa forma de olhar para a cidade apurou nossa criatividade e nos fez rever valores diante deste momento que estamos vivendo”, ressalta Leandro Dell Agnolo, acadêmico da 1ª fase de Arquitetura e Urbanismo.

Para a acadêmica de Design de Moda, Eduarda de Souza, não foi diferente. “O tema Cidades Invisíveis não é compreensível logo de primeira, mas com estudo você entende que elas existem e estão nos pequenos detalhes, como arranhões e fissuras de uma janela”.

 

O projeto foi desenvolvido com os cursos criativos da instituição, com o intuito de proporcionar aos alunos esse contato com as várias áreas da criatividade. De acordo com o coordenador de Design de Moda da Unifebe, professor Wallace Nobrega Lopo, a criatividade é pré-requisito no mercado de trabalho. “Logo no primeiro semestre buscamos instigar o lado criativo dos estudantes. É muito importante que ele saiba trabalhar com os anseios da sociedade, levando em consideração a situação atual e trazendo um diferencial para o serviço ou produto”.

Anah Carolina Nascimento Ribeiro é acadêmica de Publicidade e Propaganda e no seu trabalho, comparou Brusque a cidade de Olinda, descrita no livro de Calvino. “Foi difícil achar semelhanças no primeiro momento, mas foi incrível quando consegui encontrá-las. É nesse sentido que acho tão importante para a minha formação, exercitarmos essa habilidade de fazer conexões do mundo intangível com o real”, frisa Anah.

Mercado de trabalho e sociedade

O coordenador de Design Gráfico, professor Robson Souza dos Santos, enfatiza que em projetos como esse os acadêmicos têm a oportunidade de se envolver com a comunidade e o mercado de trabalho. “O aluno passa a ter uma ideia do que será sua profissão e do seu papel na sociedade, e por meio dessas atividades, conseguimos envolver a pesquisa científica em prol da comunidade”.

Para o coordenador de Arquitetura e Urbanismo, professor Marcelius Aguilar, o contato com a comunidade logo no primeiro semestre da Graduação é um diferencial. “O estudante precisa criar a partir da sua vivência e do que vê ao seu redor, por isso, é tão importante que ele compartilhe seus anseios e conhecimentos com a sociedade”.

Após a quarentena, os cartões postais criados pelos estudantes serão impressos e distribuídos pela cidade e nas escolas municipais de Brusque.


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