Ação social da Paróquia São Luis Gonzaga doa alimentos e roupas a famílias há quase 70 anos

A entidade - a mais antiga de Santa Catarina - é uma amostra da generosidade do povo brusquense

Ação social da Paróquia São Luis Gonzaga doa alimentos e roupas a famílias há quase 70 anos

A entidade - a mais antiga de Santa Catarina - é uma amostra da generosidade do povo brusquense

A ação social paroquial São Luis Gonzaga, do Centro, – a mais antiga de Santa Catarina – é uma singela amostra da generosidade do povo brusquense. Desde 1949, ano em que o precursor, doutor Carlos Moritz, com sua visão holística, dava as primeiras pinceladas no projeto que já auxiliou milhares de pessoas com alimentos, com vestimentas e, sobretudo, com amor e dignidade.

A ação social é formada por diversos grupos de voluntários. Há o Clube de Mães dos bairros, o Clube de Idosos, da Fitoterapia, das Bordadeiras e também das Gestantes Carentes. Todos têm o mesmo objetivo: atender as pessoas mais carentes com roupas, calçados, remédios alternativos, comidas e com palavras de conforto.

A força do bem é o combustível para manter o projeto há quase 70 anos. Os donativos são doados por toda a comunidade, por empresas e por entidades e também são custeados com recursos da própria paróquia São Luis Gonzaga. Neste ano, por exemplo, foram atendidas mais de 1,1 mil pessoas e doadas cerca de 14,5 mil peças de roupas e 4,5 mil quilos de alimentos.

O voluntariado está no seio da família da brusquense Lídia Mafra Maçaneiro, de 61 anos. A professora aposentada do bairro Jardim Maluche é diretora do projeto e está há três anos na ação social. Ela conta que seus pais sempre foram voluntários e que eram receptivos a ajudar.

“Minha mãe sempre dizia que tinha que ter uma cama boa e comida no prato de quem precisasse e estava doente. Cresci neste ambiente e pensava que quando me aposentasse queria me dedicar a causa social”, diz.

Lídia afirma que a ação paroquial é muito mais do que distribuir roupas e alimentos. Para ela, em um mundo de desamor, é preciso que cada cidadão faça a sua parte. “As pessoas carecem de uma atenção, de um carinho, de um olho no olho”, diz. A diretora ainda salienta que quando o ser humano se coloca no lugar do outro é possível mover montanhas.

“Não somos perfeitos, precisamos melhorar muito. Mas o importante é isso: damos pão a quem tem fome, roupa a quem tem frio, água a quem tem sede, e palavra a quem está desesperançoso”, afirma.

Oportunidade de agradecer

Após passar com sucesso por duas cirurgias cardíacas, a aposentada Ivana Deichmann, de 48 anos, decidiu que faria alguma ação para agradecer a Deus pela oportunidade de ver seus netos crescerem. Sem hesitar, a moradora do Rio Branco tornou-se voluntária na ação social.

No começo, há cinco anos, Ivana costurava roupinhas de bebê no grupo de gestantes e hoje está no setor de doações. “Depois das cirurgias eu decidi que tinha que fazer alguma coisa, eu precisava ajudar”.

A aposentada conta que muitas mães chegam desesperadas sem ter alimento para dar aos filhos e saem com um “sorriso na orelha e lágrimas nos olhos”. Ela diz que o voluntariado é pouco perto da grandiosidade de ver as mães felizes em poder oferecer um prato de comida às suas crianças.

Alegria em fazer o bem

Além de oferecer enxoval para que as novas mães possam vestir seus bebês, o grupo de Gestantes Carentes disponibiliza palestras semanais para que as mulheres possam se preparar para o momento do parto. A coordenadora Lurdes Pruner Crespi, de 63 anos, é voluntária há oito anos e conta que 22 pessoas costuram todas as terças-feiras para dar peças de roupas às gestantes.

Além disso, por meio de doação de empresas, as mães recebem mamadeiras e carrinhos de bebês. Em média, são atendidas cerca de 120 mulheres por ano. “É gratificante ver essas mães carentes. A gente vira um pouco psicóloga. Damos um abraço, um beijo e elas saem com os olhos cheio de lágrimas”, diz Lurdes, que ainda afirma: “Ser voluntário é maravilhoso, eu cresci muito depois que eu iniciei na ação. Ver algumas mães retornarem para mostrar seus filhos depois do nascimento me deixa muito feliz”.

A doméstica Édna Maria Januário Nascimento, de 36 anos, mora no município há 11 anos. Ela veio de Sobral, estado do Ceará, e considera os brusquenses muito receptivos. Édna realizou no ano passado o curso de gestante e recebe roupas para os seus quatro filhos – de 19, 16 e 11 anos e também o bebê de oito meses.

“A cidade tem uma hospitalidade com as pessoas que vêm de fora. Me sinto acolhida pelo pessoal da ação social, que sempre me recebem bem e me tratam com carinho”, afirma.

Ação social

A ação social paroquial São Luis Gonzaga é realizada de segunda à sexta-feira das 13h30 às 17h. O projeto ocorre na rua Padre Gattone, 75, no Centro de Brusque.

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