Acapra anuncia paralisação total das atividades até quitar dívida de R$ 91,5 mil
Entidade diz que não há previsão de reabertura e que não poderá resgatar novos animais durante interrupção
A Associação Brusquense de Proteção aos Animais (Acapra) comunicou na noite desta sexta-feira, 17, que fará uma paralisação total. A decisão foi tomada devido à dívida da ONG, que é de R$ 91,5 mil. A entidade diz que não há previsão de reabertura.
Anteriormente, a ONG já havia paralisado parcialmente os atendimentos pelo mesmo motivo. Na época, dívida da entidade era de R$ 120 mil. A paralisação ocorreu em outubro de 2019. Após o anúncio, o empresário Luciano Hang, proprietário da Havan, anunciou uma doação de R$ 10 mil para entidade.
A Acapra publicou a prestação de contas após a paralisação parcial das atividades nesta quinta-feira, 16, nas redes sociais. Segundo o comunicado, após o anúncio, a ONG registrou aumento nas doações e diminuição de gastos, mas isso durou apenas dois meses.
As atividades da Acapra foram retomadas no início de 2020. No entanto, o número de doações diminuiu drasticamente. “Além da queda nas doações, tivemos um aumento enorme de casos graves, tendo um gasto médio, além da dívida que já tínhamos acumulada, de R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês em atendimento”, diz o comunicado.
Segundo a vice-presidente da entidade, Daniely Melo, com o isolamento social devido à pandemia de coronavírus (Covid-19), a Acapra não consegue realizar feiras ou eventos para doar os animais e arrecadar recursos para quitar a dívida.
“É errado continuar aumentando a dívida sabendo que não teremos dinheiro para pagar. É errado resgatar animais sabendo que não teremos feira para doar”, diz.
Além dela, a tesoureira da entidade, Jéssica Ricardo, e a secretária, Heloisa Gamba, contam que recebem constantemente pedidos de ajuda da população, como por exemplo, resgatar um animal que foi encontrado atropelado, pessoas que se arrependem de adotar o animal e querem devolver, outros em que o animal tem filhotes e a família pede para a Acapra buscá-los, entre outros.
“Estamos tristes em ter que tomar uma atitude tão radical, mas não temos escolha. Nossa diretoria não está completa, somos em poucos voluntários e chegou num ponto que simplesmente não está dando mais”, esclarece a vice-presidente.
Segundo Daniely, a única solução encontrada pela ONG foi paralisar todas as atividades e retornar apenas quando as contas estiverem zeradas.
A vice-presidente diz que as clinicas ajudam muito a entidade, pois além de reduzirem os custos de atendimento, também aumentam o prazo para o pagamento. “Estamos há muito tempo com muito mais de R$ 50 mil em aberto e nunca conseguimos pagar as contas antigas, somente parte da conta mensal que somou com a dívida antiga”.
A entidade diz que não poderá resgatar animais, sejam eles saudáveis ou que foram atropelados, por exemplo.
“Os animais que já estão em lar temporário terão toda assistência, como sempre e seguiremos tentando doar. Porém não será feito mais nenhum resgate, nem mesmo os saudáveis, pois mesmo um animal saudável gera um custo, precisa de vermífugo, antipulgas, alimentação, vacina, castração. Assim como podem doar logo, podem demorar meses, que são os casos de muitos (animais) da ONG. Não podemos correr o risco de ter mais animais gerando custos nesse momento tão delicado”, esclarece.
A recomendação da Acapra é que a pessoa que encontrar um animal que precisa de ajuda faça uma vaquinha própria para levá-lo à clínica. A ONG ajudará com a divulgação campanha para arrecadar os recursos.
Além disso, a Acapra esclarece que serão mantidas as divulgações, as doações dos animais que já estão em lares temporários e o projeto de castração social.
Para conseguir quitar a dívida, a entidade segue com uma vaquinha online para arrecadar dinheiro. Para ajudar, basta entrar no site clicando aqui. Basta entrar no site vakinha.com.br, fazer um cadastro e doar a quantidade desejada.