Acibr é critica ao recuo na retomada de atividades econômicas e pede contrapartidas
Presidente da entidade, Rita Cassia Conti acredita que avanço na abertura de atividades poderia ter sido feito sem problemas
Presidente da entidade, Rita Cassia Conti acredita que avanço na abertura de atividades poderia ter sido feito sem problemas
O recuo do governo de Santa Catarina na aplicação do Plano Estratégico de Retomada das Atividades Econômicas surpreendeu a Associação Empresarial de Brusque (Acibr), cuja presidente, Rita Cassia Conti, cobra maior participação do poder público na oferta de contrapartidas ao isolamento que o estado adotou a exemplo de outros locais do Brasil e do mundo.
Para a empresária, também presidente do Sindivest (Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem Brusque e Itajaí), o momento já era adequado para fazer uma abertura “bastante lenta e gradual” das atividades econômicas que não são consideradas serviços essenciais. Brusque, assim como o resto do estado, está desde 18 de março sob as medidas restritivas em prevenção contra o novo coronavírus (Covid-19).
A Acibr se posiciona a favor de uma abertura dita pequena e lenta nas atividades dos setores de indústria, comércio e serviços. De acordo com a presidente, a entidade seguirá respeitando as determinações, mas é crítica à postura que o governo do estado vem tomando. Uma das principais preocupações é a falta de contrapartidas às empresas, como isenção de impostos, para que haja menos despesas e a possibilidade de menos perdas financeiras.
“A saúde é importantíssima, não tem como dizer o contrário. O momento é ligado a saúde. Mas até mesmo as ações voltadas ao suporte da saúde têm sido um tanto precárias. Não há contrapartidas concretas ao micro, pequeno, médio empresário. Estamos trabalhando com um ofício para enviarmos ao governo estadual com estas questões.”
Na visão de Rita Conti, “pela primeira vez, todos estão no mesmo barco”. Com as aberturas previstas inicialmente pelo governo estadual, a empresária imagina que a população teria bom senso para evitar maiores problemas sanitários, ao mesmo tempo em que a economia voltaria, em partes, à normalidade. Ao mesmo tempo, ela reforça elogios e apoio aos profissionais de saúde e a Polícia Militar por suas respectivas atuações durante a pandemia.
“A Acibr foi, de fato, pega de surpresa. Muita gente da associação é ligada ao comércio, ou é autônoma. Acreditamos que nosso povo é ordeiro e disciplinado, e poderíamos ter este avanço. Há esta angústia em relação ao caixa, ao fluxo, em poder fazer alguma abertura ao público”, comenta.
Como presidente também do Sindivest, Rita Conti afirma que a situação tem sido mais complicada na indústria têxtil, por mais que seja possível trabalhar com 50% do quadro de funcionários. Afinal de contas, muitas destas empresas vendem ao comércio, que não está vendendo.
“Muita gente não se motiva a voltar ao trabalho, porque produz, mas não tem para onde escoar esta produção. Diferente de outras indústrias, que vendem para outras indústrias, por exemplo.
A dirigente relata que há indústrias com quantidades variadas de funcionários no sindicato: desde menos de 100 até pouco mais de 1 mil trabalhadores. Neste meio, há empresários que já conversam sobre demitir de 10 a 15% de seus funcionários, no máximo 20%.
“Estamos sempre conversando, tentando ver outras medidas, alguma adequação, esperando por uma percepção mais ampla do governo do estado. Mas o setor têxtil está mesmo muito abalado e achatado. A situação ficou muito séria.”