“Acreditamos na contaminação eleitoral”: organizadora da manifestação em Brusque comenta objetivos do protesto
Danielle Mariel Heil nega que intervenção seja uma das pautas do grupo
Manifestantes amanheceram na frente do Tiro de Guerra, no bairro São Luiz, em Brusque, na manhã desta quinta-feira, 3. Por volta das 7h, cerca de 20 pessoas estavam em frente ao local. Segundo Danielle Mariel Heil, de 34 anos, uma das organizadoras do movimento, não há previsão para que os manifestantes deixem o local.
Para Danielle, o ato possui como pauta principal a crença em uma possível contaminação e fraude nas eleições deste ano. Para ela, não é possível aceitar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
“Estamos ali pela injustiça e para mostrar o nosso descontentamento. Também não aceitamos que um ex-presidiário condenado volte a ser presidente da República”, conta.
Questionada sobre o sentimento que ficou após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na noite deste quarta-feira, 3, Danielle diz que as manifestações seguirão.
“Ele tem competência para agir e atuar e nós temos o direito de nos reunir pacificamente e de forma ordeira. Independente do que o presidente fazer, vamos seguir nos manifestando e fazendo oposição. Sobre o pronunciamento, a mensagem que passou foi positiva e isso demonstrou que ele está com a gente. É importante falar que estamos junto com os caminhoneiros também, mas queremos que tudo ocorra de forma pacífica e sem prejudicar o direito de ir e vir das pessoas. Somos pelo menos 58 milhões de pessoas”, diz a organizadora.
“Isso é algo que não temos como provar que aconteceu (fraude eleitoral), embora acreditamos que tenha acontecido, é preciso que haja uma comprovação. Agora, para deixarmos o local depende muito do sentimento de quem está lá, do presidente, enfim, de muita gente”, complementa.
Intervenção
No local, há uma faixa escrita “intervenção já”. Alguns manifestantes classificam o ato como “pela pátria e pela liberdade do Brasil”. Segundo a organizadora, muitas pessoas pedem por coisas diferentes, porém, a possibilidade de intervenção não está entre as pautas do grupo organizado por ela.
“A gente acredita em um processo eleitoral contaminado. Sabemos que temos restrições aos nossos direitos e garantimos que essa não é a nossa pauta. Cada pessoa possui um sentimento e algumas podem pedir (intervenção), mas não faz parte do desejo do nosso grupo”, diz.
“Temos um presidente até o dia 31 de dezembro e vamos continuar com as nossas manifestações pacíficas. Se tivermos que acatar alguma decisão, será de forma pacífica”, complementa.
Oposição
O grupo afirma que não houve interação direta com o Tiro de Guerra de Brusque. Segundo Danielle, o que houve foi uma conversa com os comandantes.
“As manifestações podem continuar independente desse resultado (comprovação ou não de fraude eleitoral). Cada grupo vai decidir o que fazer. Agora, a fiscalização, oposição e o sentimento de impunidade não cessará. Mas, se continuarmos, tem que ser de uma forma pacífica, pois isso é democracia. Se assumirem o poder (PT), enfrentarão uma oposição muito forte”, conclui.
O grupo também conta com a organização de Mariane Zendron, Iara Walendowski e Eduardo de Souza.
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