Acusado de matar e torturar jovem em Blumenau é condenado a 17 anos de prisão
Criminoso foi julgado em júri popular, que voltou a ser realizado na sexta-feira
Criminoso foi julgado em júri popular, que voltou a ser realizado na sexta-feira
Um dos homens acusados de matar e torturar um jovem de 19 anos em Blumenau foi condenado a 17 anos e seis meses de prisão, após júri popular realizado na sexta-feira, 13. Ygor Luiz Rosa cometeu o crime em fevereiro de 2019, junto com outros cinco criminosos.
A sentença proferida nesta sexta será paga inicialmente em regime fechado, pela prática dos crimes de homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima -, ocultação de cadáver e participação em organização criminosa.
Segundo a denúncia do Ministério Público, seis pessoas participaram do crime. Eles pegaram a vítima em Gaspar, levaram até uma residência em Blumenau, onde o agrediram com socos e chutes. Os criminosos ainda amarram as mãos do jovem, o amordaçaram e colocaram uma sacola plástica em sua cabeça. Após várias horas de tortura, cortaram o pescoço da vítima e atearam fogo no corpo.
O cadáver só foi encontrado pela polícia após investigação e com a utilização de um drone.
O crime foi todo filmado e divulgado em grupos de WhatsApp de facções criminosas. Segundo a Polícia Civil, o rapaz teria sido morto porque havia mentido para outras pessoas que integraria a facção e por isso, enquanto era torturado, foi chamado de “falso profeta” – expressão aliás que deu nome a operação que prendeu os criminosos.
Esse caso foi o primeiro julgamento em júri popular a ser realizado após a retomada da modalidade em Blumenau. Esse tipo de julgamento estava suspenso devido a pandemia de Covid-19.
De acordo com a Justiça, a sessão de sexta ocorreu no Fórum Central da comarca de Blumenau respeitando todos os protocolos e cuidados sanitários recomendados. Na nova rotina os envolvidos na realização do júri utilizaram máscaras, higienizaram as mãos com álcool em gel, tiveram a temperatura corporal aferida e respeitaram o distanciamento social.
O Conselho de Sentença foi formado por cinco mulheres e dois homens. A sessão, iniciada às 9h e encerrada às 16h, foi presidida pelo juiz Lenoar Bendini Madalena, titular da 1ª Vara Criminal da comarca de Blumenau.
A representante do Ministério Público foi a promotora de Justiça Andrea Gevaerd e na defesa do réu atuou a advogada Maria Cecilia Seraphim. Ao réu foi negado o direito de recorrer em liberdade. O processo tramita em segredo de justiça.