Adalberto Pereira: décadas de trabalho e amizades
Em 42 anos de Irmãos Fischer, ele descartou aposentadoria para seguir na atividade que escolheu
Aposentado e ainda ativo, ele guarda com orgulho o crachá de número 161. Ele não é o primeiro usado por Pereira. Na empresa, a cada marca histórica, ele é trocado para lembrar o tempo de casa. O atual foi recebido ao completar 40 anos.
A dedicação de tanto tempo de Pereira a uma empresa é reconhecida também fora do ambiente profissional. De acordo com ele, a longevidade em uma mesma companhia também é característica das três filhas.
As recordações do início da carreira na empresa ainda estão vivas na memória de Pereira. Na época, com pouco mais de 20 anos, ele se surpreendia com a proximidade entre trabalhadores e proprietários.
O tratamento e atenção dados a ele e aos colegas, além do estímulo ao desenvolvimento pessoal, o fizeram descartar qualquer possibilidade de procurar empregos em outras empresas em expansão da época. “Os diretores eram amigos dos funcionários. É um carinho que se mantém”.
Ainda antes de começar a atuar na área, havia iniciado a carreira profissional como tecelão. Paralelamente, buscava o desenvolvimento pessoal e começou um curso de mecânica no Senai. A vontade de aproveitar as oportunidades e crescer, afirma, deveria ser mais presente nos profissionais que estão iniciando.
Naquela época, lembra, a realidade do setor nas empresas locais era muito diferente. Para levantar equipamentos e peças para a manutenção, exemplifica, era preciso usar a força humana. Atualmente, além dos equipamentos específicos, o setor conta com o apoio da robótica para as atividades.
Hoje, ele comemora o fato de ter se formado Técnico em Mecânica. Apesar de não ter cursado o ensino superior na área, ele acredita que o aprendizado adquirido lhe permite ter uma visão ampla para atender às demandas do dia a dia.
Um pai e um amigo
Durante a conversa, ele relembra uma das oportunidades mais marcantes geradas pela carreira: a amizade com Valério Cadore. Eles se conheceram no setor de Ferramentaria. Cadore, diz Pereira, foi um de seus mentores na profissão. “Tive um pai e um amigo. Ele me incentivou e sempre mostrou como fazer as coisas da melhor forma”.
A parceria entre os dois extrapolou a atividade profissional e convivência entre as famílias se tornou frequente. A proximidade, relata, só aumentou o respeito.
Quando atendeu à reportagem ele estava nos últimos dias do processo de recuperação de uma cirurgia cardíaca, feita em dezembro. Passado o susto, Pereira mantém um sorriso largo ao falar da rotina de trabalho e dos planos para o retorno à velha rotina.
Para ele, muitos profissionais querem o retorno financeiro imediato e esquecem de valorizar outras características, como os incentivos e o ambiente de trabalho. No seu caso, deixar a carreira de lado sequer é cogitada a curto prazo. “Se hoje estou onde estou foi por mudanças necessárias. Sou uma pessoa realizada”.
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