Adesão à geração de energia solar tem crescido em Brusque e Guabiruba

Somente Brusque conta com 68 sistemas instalados

Adesão à geração de energia solar tem crescido em Brusque e Guabiruba

Somente Brusque conta com 68 sistemas instalados

O número de unidades consumidoras com sistemas de energia solar cresceu 1850% desde 2015. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que o município de Brusque conta atualmente com 68 sistemas. Guabiruba possui dez.

Em 2015, quatro unidades possuíam geração própria de energia, sendo três casas e uma indústria. O salto foi em 2017, quando 23 novos sistemas foram instalados e no ano passado, com instalação em mais 43 unidades.

Desde abril de 2012 a Aneel possui uma resolução que permite o consumidor brasileiro gerar a própria energia elétrica a partir de fontes renováveis e fornecer o que sobra para a rede de distribuição.

Esse sistema é chamado de geração distribuída. O que acontece é que a energia gerada não utilizada na unidade é colocada na rede da Celesc. Essa “sobra” é registrada por um medidor e fica de crédito para ser utilizado em até cinco anos.

Além disso, também é possível distribuir a energia para outra unidade, desde que esteja registrada com o mesmo CPF ou CNPJ da geradora. Ou seja, é possível instalar o sistema fotovoltaico numa casa em Brusque e usar a energia produzida ali para abastecer uma casa na praia, por exemplo, desde que o dono da unidade seja o mesmo.

Para a instalação, são avaliados vários pontos, desde a localização da unidade, o consumo de energia e a incidência solar.

O posicionamento do telhado também é fundamental. A engenheira eletricista Heloisa Machado de Souza Klabunde, especialista em energias renováveis,  explica que em Brusque é ideal que o telhado seja orientado ao Norte, com inclinação próxima à latitude local.

O investimento varia. “Como é tudo personalizado, é importante dizer que o cliente vai investir o quanto for bom pra ele”, ressalta a engenheira.

No início de setembro, o estado de Santa Catarina regulamentou um decreto que isenta os micro e minigeradores com até 1 mW de potência de pagarem ICMS. Até a regulamentação do decreto 233/2019, os geradores deste porte pagavam até 25%.

Marcio José Rezini, proprietário da Rezini Solar, viu uma oportunidade no segmento e resolveu investir na empresa, que atua em Brusque há seis meses. “Decidi entrar porque é um mercado promissor. É um segmento que está em ascensão, não tem mais como viver só com energia convencional”, diz. “É algo que vem trazer benefícios não só financeiros, mas para a própria natureza”, complementa Rezini.

Durante esses meses de atuação, Rezini percebeu que há um interesse por parte da população, tanto para instalação em casas como em empresas. “Estão buscando informações e acho que quando a economia der uma estabilizada, isso vai acabar se difundindo”, avalia.

Empresas aderem à energia renovável

De acordo com Rafael Foppa, diretor comercial da empresa Rakia, especializada em soluções em energia solar, a procura pelo sistema tem crescido em Brusque. “É um produto que está em ascendência, isso é bacana”, diz.

O foco da Rakia são as indústrias. “Tem um peso mais significativo na conta. Se todo mês der economia, é mais vantajoso e se paga mais rápido”, avalia Foppa.

De acordo com os dados da Aneel, sete indústrias já aderiram ao sistema. No ramo comercial, o numero é de seis unidades.

A empresa brusquense WJ instalou o sistema fotovoltaico no fim de 2017, depois de um investimento de aproximadamente R$ 300 mil.

A estrutura foi instalada na matriz, na rodovia Ivo Silveira. São 400 metros quadrados de placas solares e três inversores. Conforme dados da Aneel, a capacidade do sistema é de 50 kilowatt (kW). A energia fotovoltaica gerada também abastece as filiais.

Foto: WJ/Divulgação

“O maior benefício pra gente foi a economia de energia”, diz o diretor comercial da WJ, Murilo Caetano. Por mês, a empresa economiza cerca de R$ 7 mil em energia. Nesse fluxo, o investimento será pago em aproximadamente cinco anos.

No início deste ano, a Aradefe instalou um sistema fotovoltaico com capacidade geradora de 504 kW. A energia é distribuída para outras duas unidades além da filial.

Um dos diretores, Ronie Staack, explica que o investimento de cerca de R$ 3 milhões faz parte de uma postura sustentável adotada há dez anos pela Aradefe, com o objeto de investir em soluções alternativas.

O uso da energia solar rende uma economia de R$ 70 mil por mês e a expectativa é cobrir o valor investido em até sete anos. O diretor ressalta que o modelo foi considerado viável tanto pela economia gerada quanto por ser uma fonte renovável de energia.

Os estudos demonstraram que seria arriscado colocar a estrutura no telhado da empresa, por isso as 1.925 placas solares foram instaladas em uma área de quatro mil metros quadrados, na área de reserva da Aradefe.

Foto: Aradefe/Divulgação

Energia solar em residências

Dos sistemas de geração de energia solar instalados em Brusque e Guabiruba, 82% das unidades são residenciais. Somente no ano passado, 39 sistemas foram instalados em casas.

A engenheira eletricista Heloisa avalia a atitude positivamente e considera que as pessoas têm se interessado mais por fontes renováveis.

Em 2017, ela inscreveu a casa da sogra em um projeto da Celesc, que tinha como objetivo instalar mil sistemas fotovoltaicos em Santa Catarina com 60% de desconto. A residência foi contemplada e após a instalação, Heloisa desenvolveu um estudo para verificar a eficiência da estrutura.

A casa, localizada na travessa Lagoa Dourada, no bairro Souza Cruz, recebeu um sistema com 10 placas solares e um inversor.

Foto: Divulgação

Antes da instalação, eram gastos em média R$ 4,6 mil por ano com energia elétrica, com um consumo de aproximadamente 8.242 kWh por ano.

O estudo de Heloisa verificou que o sistema conseguiu bons resultados de geração de energia solar e chegou perto de alcançar os valores esperados. No entanto, com a geração varia de acordo com as condições climáticas, acaba sendo mais difícil alcançar o pico.

Em um ano de uso, o sistema gerou uma economia de R$ 1,7 mil. A estrutura produz aproximadamente 98,86 kWh/kWp ao mês e 1.186 kWh/kWp por ano. Como

Neste caso, o retorno do investimento acontecerá em até quatro anos. No entanto, foram gastos R$ 6,6 mil, por conta de um desconto. Para suprir todo o valor do sistema, que custou R$ 16.705,80, seriam necessários cerca de nove anos.

Como funciona

A geração de energia solar acontece de forma muito simples. Confira a ilustração:

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