X
X

Buscar

Administração do Hospital Azambuja fala em reeducação do público e explica prazos para atendimento

Emergências e urgências tem sido cuidadas dentro do prazo, mas os chamados "casos de pulseira azul" são problemáticos

Após o caso do paciente que o caso do paciente que aguardou atendimento por 12 horas entre 29 e 30 de janeiro, a administração do Hospital Azambuja explica que há a necessidade de reeducação do público geral, para que sejam mais utilizados os postos de saúde, a Policlínica e o Hospital Dom Joaquim. Com foco em emergências e urgências, não há, atualmente, capacidade para atender a maioria casos considerados sem urgência dentro de um tempo razoável.

Para a identificação de prioridades, é utilizado o protocolo de Manchester: um processo de classificação de pacientes, por meio de pulseiras coloridas de identificação. Elas permitem definir rapidamente qual é a situação de cada paciente.

Vermelho: emergência
Necessita de atendimento imediato

Laranja: muito urgente
Necessita de atendimento praticamente imediato
Tempo-limite: 10 min

Amarelo: urgente
Necessita de atendimento rápido, mas pode esperar
Tempo-limite: 50 min

Verde: pouco urgente
Podem aguardar ou ser encaminhados para outros serviços de saúde (atendimentos preferenciais padrão podem se adequar: idosos, gestantes, crianças de colo)
Tempo-limite: 2 horas

Azul: não-urgente
Podem aguardar ou ser encaminhados para outros serviços de saúde
Tempo-limite: 4 horas

De acordo com a administração do hospital, os atendimentos para os casos vermelho, laranja e amarelo têm recebido atendimento dentro do prazo. Os casos de pulseira verde têm metas alcançadas com regularidade, mas os de pulseira azul são julgados como impossíveis de serem atendidos dentro do tempo que deveriam.

O administrador Evandro Roza usa como base para o argumento o caso da espera por 12 horas. Das 16h às 19h do dia 29, três médicos estavam disponíveis. Das 19h às 8h, eram dois. “Neste período de 16h, nós fizemos uma média de 15,31 atendimentos por hora. Com dois médicos, em média, foram 6,69 atendimentos por médico em uma hora”, comenta Roza. De acordo com ele, durante as 12 horas foram atendidas 159 pessoas.

A avaliação é de que se houvesse um aumento na quantidade de médicos, mais pessoas, inclusive de fora do município, passariam a buscar atendimento no hospital. Ou seja, não seria solução. Hoje, de acordo com o chefe de pronto-socorro e gerente médico, Rafael Franceschetto, habitantes de Penha, Itapema, Porto Belo, Itajaí e Balneário Piçarras também buscam atendimento.

No protocolo amarelo, Franceschetto afirma que casos como febre em crianças e algumas cólicas renais têm sido incluídos, diferente de algumas convenções. Os casos vermelhos são 4%, os laranjas têm a classificação há dois meses e ainda não possuem números prontos, e os casos amarelos são 25%. “Os atendimentos não são uniformes, cada caso é um caso, precisa de um acompanhamento, leva tempo, tem a conversa com o familiar, e os médicos são pessoas que precisam de pausas.”

Para a administração do Hospital Azambuja, é necessária uma reeducação junto ao público geral para que os atendimentos possam ser otimizados. Isto inclui procurar os postos de saúde, a Policlínica ou o Hospital Dom Joaquim para casos de menor urgência. “A população se habituou a se resolver no Azambuja. O que não dá é para atender a todos, ao mesmo tempo, de maneira igual. Há prioridades. E nosso tempo-resposta para estas prioridades está dentro do satisfatório. Onde peca é nessa questão do azul.”

“Não adianta vir e querer ganhar no grito. Se jogar, gritar, agredir funcionários, como vem acontecendo. Hoje há regras, que precisam ser seguidas por ordem de emergência”, completa o chefe de pronto-socorro. “Convidamos qualquer instituição que seja para passar algumas horas com a gente, no horário que quiser. Ficar na portaria, ver a sensação das meninas ali, que sofrem agressões diariamente, assim como as da enfermagem, os técnicos.”

Franceschetto afirma que o Hospital Azambuja pode ajudar o município a encontrar soluções para a questão dos casos sem urgência. “Estamos levando uma culpa que não é só nossa. O município tem que abraçar o atendimento em azul. Os munícipes têm que entender que o azul não é aqui. Não é um local de vir pegar atestado.”

O diretor técnico, Eugênio José Paiva Maciel, é médico intensivista e diretor da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), e afirma que o hospital não enfrenta falta de recursos.  “Tá vindo tudo para cá, porque criamos a credibilidade de que aqui fazemos tudo. E sabemos que há pessoas que simulam situações para chegar à frente na fila. Nosso perfil é urgência e emergência.”

Tempos médios

Evandro Roza apresentou os tempos médios de triagem, espera por médico e atendimento. Entre 29 e 30 de janeiro, o tempo médio de triagem foi 28min32. O tempo médio de espera pelo médico é 2h43. O tempo médio dos atendimentos é 4h27min46. Estes tempos levam em consideração todos os casos, dos considerados emergenciais, de cor vermelha, aos sem urgência, de cor azul.