Administrador judicial da Buettner sugere venda de imóveis por 65% do valor de avaliação
Lote teve quatro tentativas de leilão desde novembro; nenhuma teve lances
Lote teve quatro tentativas de leilão desde novembro; nenhuma teve lances
O administrador judicial da Buettner, Gilson Sgrott, sugeriu à Vara Comercial de Brusque, que gerencia os leilões da massa falida da empresa que a terceira tentativa de leilão tenha lance inicial fixado na primeira praça em R$ 91.739.771,69, ou seja, 65% do valor total avaliado. Já foram realizados quatro leilões sem lances sob o valor total avaliado, cerca de R$ 141,1 milhões: em novembro e dezembro de 2019, e outras duas ocasiões em abril de 2020.
“Se não pode ser por preço vil, que seja 65%. Cabe ao juiz. Não havendo a possibilidade de venda total, passa-se às vendas parceladas em lotes. Cabe à juíza determinar. O Judiciário tem utilizado a venda direta, ou seja, o leiloeiro faz o edital, determina um prazo e aguarda propostas diretas”, explica Sgrott.
Preço vil é o termo utilizado para se referir a um valor menor do que a metade do que foi aferido na avaliação dos bens.
Cabe à Justiça decidir sobre a modalidade de venda (leilão ou venda direta). Outra atribuição é se a venda será englobada, total, ou se será realizada em lotes. Quem define os lotes é o leiloeiro. O administrador judicial da Buettner acredita que a decisão deverá ser pela venda única, sem lotes divididos.
São 65 imóveis, dos quais 37 em Brusque, no bairro Bateas, onde ficava a sede da empresa. Outros dez imóveis ficam em Botuverá, no bairro Águas Negras. Há também 18 imóveis no Holstein, em Guabiruba.
Nas primeiras praças, o primeiro lance era de R$ 141.138.110,15. Nas segundas, foi de R$ 105.853.582,62. Em abril de 2020, os leilões foram realizados pela internet.
A Buettner entrou em recuperação judicial em maio de 2011 e teve a falência decretada em abril de 2016. Na época, a dívida da empresa era avaliada em R$ 104 milhões. O valor arrecadado no leilão será depositado em uma conta judicial para o pagamento dos ex-trabalhadores da fábrica, assim como outros credores, como empresas, bancos e impostos.