Adolescentes denunciam professor por assédio sexual em escola do Vale do Itajaí
Mesmo homem já foi processado por manter relações sexuais com uma aluna
Um professor da Escola de Educação Básica Luiz Delfino, localizada em Blumenau, foi denunciado por adolescentes por assédio e importunação sexual. Os atos teriam ocorrido no dia 19 de outubro deste ano, com duas alunas de 15 e 16 anos, dentro da escola.
De acordo com informações que as meninas repassaram à diretoria do educandário, elas estavam no corredor, próximo à sala onde estudam, e avisaram o professor que estavam terminando de lanchar. O denunciado teria feito piadinhas, questionando qual era o tamanho do pão e na sequência cometido a importunação.
“O professor se aproximou da aluna e tocou na suas costas acariciando-a (…) Aproximou o rosto junto ao rosto da outra aluna, ficando bem próximo da sua boca e do pão. As alunas relatam que não tinham contato próximo com o professor e estranharam a postura dele”, destaca trecho do ofício encaminhado pela diretoria da escola à Secretaria de Educação do Estado.
O documento é assinado pelo diretor da escola, Mauro Luis de Medeiros, por toda assessoria e assistentes da direção, além das próprias alunas que fizeram a denúncia, e foi recebido pelo Coordenador Regional de Educação Jadir Booz.
“A gente sempre orienta a todos os professores para manterem o total respeito com os alunos. É um ambiente para educação, não para qualquer outra coisa. A gente encaminhou as denúncias e esperamos que algo seja feito, mas não está nas nossas mãos, aqui, a gente recebe e encaminha, mas não podemos fazer mais que isso”, explicou Mauro.
A reportagem tentou contato com o denunciado, mas até a publicação, não foi possível encontrá-lo.
Caso de Polícia
As famílias das duas alunas que se sentiram assediadas e importunadas realizaram a denúncia do caso à Polícia Civil, na Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPcami) de Blumenau.
O delegado Isomar Amorim ficou responsável pelo caso e já determinou a instauração de um Inquérito Policial para investigar o caso.
Histórico
O mesmo professor tem um histórico de casos envolvendo questões sexuais e alunas. De acordo com testemunhas, ele já foi flagrado se masturbando dentro de outra escola, além de ter sido flagrado pesquisando pornografia em computadores de uma instituição.
Em 2018, por exemplo, um caso se tornou público, quando este mesmo professor teve relações sexuais com uma aluna. Naquela oportunidade, ele afirmou que as relações haviam sido consensuais e “por amor”.
“Assim que ela completasse 18 anos, era esse o plano [casar com ela]. Porque a gente se gostava bastante, não havia nenhum impedimento legal para isso acontecer”, afirmou na época o professor ao jornal O Município Blumenau.
“Eu sei que errei, estabeleci uma relação afetiva, deixei crescer um sentimento por uma jovem que não deveria, porque era meu local de trabalho. Eu sei que eu errei e tenho que pagar pelo erro que cometi, mas acho injusto que eu tenha que pagar por coisas que julgam que eu fiz”, também disse o homem em 2018.
Além dele, um outro professor também havia mantido relações sexuais com a mesma aluna. Ambos foram investigados pela Polícia Civil, que os denunciou ao Ministério Público de Santa Catarina e à Justiça, por assédio.
Entretanto, o caso foi extinto, após o MP-SC pedir arquivamento do caso, alegando que a adolescente não havia sido coagida pelos professores. Ou seja, que teria se relacionado por vontade própria.
O que diz a Secretaria de Estado da Educação
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação em SC (SED), que informou estar ciente das novas denúncias. Confirmaram ter recebido o ofício e que já foi aberto um processo para investigar a conduta do professor, por meio da Coordenadoria Regional de Blumenau.
Atualmente, o denunciado está afastado, entretanto, por motivos médicos. De acordo com a diretoria da escola, ele chegou a faltar alguns dias antes de apresentar o atestado de 30 dias.
A SED ainda informou que possui uma equipe multiprofissional do Núcleo de Educação e Prevenção às Violências nas Escolas (NEPRE), que irá tomar as providências cabíveis após a apuração dos fatos.
Sobre o histórico do professor, a secretaria informou que ele respondeu a um processo disciplinar em 2018, onde foi afastado do cargo por um período – que já foi concluído.
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