Advogada de homem condenado por estelionato aponta preconceito de vítimas durante audiência
Defesa alega que vítimas ficaram na dúvida se o réu de fato tinha cometido o crime
Advogada de homem condenado por estelionato aponta preconceito de vítimas durante audiência
Defesa alega que vítimas ficaram na dúvida se o réu de fato tinha cometido o crime
- 03/03/2022
- 14:05
As advogadas Kassia Grisa Tridapalli e Ana Claudia Thomaz, responsáveis pela defesa de um homem condenado duas vezes em primeira instância por estelionato em Brusque, alegam que houve preconceito por parte das vítimas que, durante audiência, teriam ficado na dúvida se realmente havia sido ou não o réu, que é negro, que cometeu o crime.
“Nenhuma das vítimas reconheceu ele na audiência ou teve certeza que era ele. Somente uma delas, na delegacia, fez o reconhecimento, mas ela ficou na dúvida se era ele ou não, e acabou apontando que sim”, diz Kassia.
Acusação
O homem responde por estelionato praticado contra idosos. De acordo com a acusação, ele se identificava para as vítimas como funcionário de um banco e anunciava que o cartão da pessoa havia sido clonado por criminosos, e que já os golpistas já haviam realizado compras.
Em seguida, se deslocava até a casa destas pessoas para recolher o objeto e uma carta escrita a próprio punho pelo titular da conta. Em posse do cartão e da senha, ele utilizava as informações para realizar saques, compras e efetuar transferências.
Dúvida na audiência
Kassia ressalta que, segundo ela, nenhuma das vítimas reconheceu se de fato o homem era o golpista e ficaram em dúvida durante a audiência, o que motivou o recurso da defesa. Por questões éticas, a advogada preferiu não responder se o homem realmente havia cometido o crime ou não.
“Uma das vítimas chegou a perguntar se não tinha outra pessoa para comparar com ele. Como não tinha, acabou dizendo que era ele mesmo. Ficou evidenciada a dúvida desta vítima e, como não tinham outras pessoas para apontar como culpado, acabou apontando o réu”, diz.
“Fica claro que foi por uma questão de preconceito. Pelo fato de a pessoa que foi até a casa das vítimas ser negra e ele também ser negro, as vítimas apontaram ele como culpando, mesmo não tendo absoluta certeza de que era ele que estava lá, acabaram indicando ele como autor do crime”, complementa a advogada.
Receba notícias direto no celular entrando nos grupos de O Município. Clique na opção preferida: