Advogados de Prudêncio pedem que MP-SC investigue conduta de Jean Pirola
Defesa quer a abertura de inquérito contra o ex-presidente da Câmara, sob alegação de abuso de poder
O presidente da Câmara de Vereadores, Roberto Prudêncio Neto (PSD), apresentou representação ao Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) contra o ex-presidente interino da Câmara, vereador Jean Pirola (PP).
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Advogados de Prudêncio formularam a representação contra Pirola ao MP-SC, que irá analisar se acata o pedido contido no documento, que é a abertura de inquérito civil público.
A alegação da defesa do presidente da Câmara é de que deve haver apuração de eventuais fraudes ocorridas na eleição indireta realizada no começo do mês.
Justificam os advogados que Pirola, enquanto vereador, participou de negociação eleitoral junto ao então candidato José Luiz Cunha, o Bóca, no diretório municipal do PP e, enquanto presidente da Câmara de Vereadores, autorizou a inscrição da candidatura de Bóca, o que caracterizaria conflito de interesse.
Informações apuradas pelo Município Dia a Dia são de que, além disso, a representação também se baseia em trecho da decisão da juíza Iolanda Volkmann, quando esta concedeu liminar contra a candidatura de Bóca Cunha.
Àquela época, a magistrada anotou em sua decisão que encontrou indícios de “abuso de poder” na decisão da mesa-diretora em aceitar a candidatura do PP quando, conforme a magistrada, isso já não mais cabia.
Dessa forma, os advogados querem que esse “abuso de poder” citado pela juíza seja apurado pelo MP-SC, para eventual promoção de ação de improbidade administrativa contra o ex-presidente da Câmara.
O ex-chefe de gabinete, Leônidas Pereira, afirma que existiram irregularidades no processo que aceitou a candidatura de Bóca Cunha. “O nosso corpo jurídico entende que o fato dele [Pirola] participar ativamente da reunião do PP que indicou o Bóca como candidato, e depois abrir a oportunidade para o candidato do partido é, no mínimo, antiético”, disse.
O vereador Jean Pirola, vice-presidente do Legislativo, afirma que não foi notificado desta representação, mas afirma que as acusações não procedem.
“A mesa-diretora é um colegiado, todos os vereadores tem um partido político”, afirma Pirola, o qual diz que sua situação é a mesma de André Rezini (PPS).
“Ele também é da mesa-diretora e votou contra a chapa do Bóca, em favorecimento ou não ao pai, que era vice do outro lado, não sei”, diz Pirola, o qual acredita que a posição partidária não pode ser vista como elemento suficiente para macular as decisões da mesa-diretora.