Centro de Distribuição dos Correios de Brusque está atuando com efetivo defasado, diz sindicato
De acordo com o Sintect, faltam mais de 14 funcionários da empresa no município
Por muito tempo reconhecido pela qualidade do serviço prestado, os Correios vem enfrentando dificuldades e recebendo críticas dos usuários, principalmente devido a atrasos na entrega de correspondências e produtos.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina (Sintect), a situação da empresa se agravou após a implantação do sistema de Distribuição Domiciliar Alternada (DDA), que estabelece que o carteiro vá às ruas dia sim, dia não.
O sistema foi implantado em Brusque no ano passado e, de acordo com o sindicato, o DDA é a forma encontrada pela empresa para tentar maquiar a falta de mão de obra. “Agora eles só legalizaram a falta de efetivo. A situação dos Correios está caótica, não só no estado, mas em todo o Brasil. A população está reclamando com razão, mas o culpado não é o funcionário, mas o governo”, diz o secretário geral do sindicato, Gilson Vieira.
Em Brusque, plano de demissão incentivada teve a adesão de dois funcionários
O sindicalista diz que a situação da empresa estatal em Brusque é crítica, assim como em todo o estado. De acordo com ele, faltam mais de 14 funcionários no Centro de Distribuição do município, que está atuando defasado. “O efetivo está reduzido quase pela metade para fazer o mesmo trabalho ou mais, porque a demanda aumenta todos os dias”.
A situação é ainda mais complicada, segundo o sindicato, com a adesão do Plano de Demissão Incentivada (PDI), lançado pela empresa recentemente. No PDI, a empresa oferece um valor em dinheiro e o pagamento de alguns benefícios para que o funcionário peça demissão.
Segundo informações da assessoria de imprensa dos Correios, em Brusque, já aderiram ao PDI, dois servidores. Já no estado, 179 empregados se inscreveram. “Não vale a pena, por exemplo, se a multa do FGTS é de R$ 40, R$ 50 mil, a empresa paga R$ 20, R$ 15 mil, se valesse a pena, a empresa não faria, mas como muitos já estão debilitados, preferem sair”, avalia Vieira.
O secretário geral do sindicato destaca ainda que desde 2011 não é realizado concurso público para a contratação de novos funcionários, por isso, ano a ano, a qualidade do serviço prestado vem caindo.
“Eles mentem para a população falando que o número de objetos postados caíram, mas esse número cresceu 36%, o número de encomendas é exorbitante, o que está acontecendo é falta de concurso, precisamos de gente para trabalhar. É muito objeto para entregar e pouca gente para trabalhar”.
O que dizem os Correios
Segundo a assessoria de imprensa, em Brusque, os Correios atuam com 51 funcionários. A empresa diz que busca a melhoria contínua da qualidade dos serviços, com investimentos em recursos humanos e materiais para sanar dificuldades relativas, como por exemplo, a manutenção de veículos operacionais.
A empresa diz que existem algumas situações comuns em todo o estado, que acabam ocasionando atraso nas entregas. Os Correios admitem a falta de pessoal, entretanto, diz que depende de autorização do governo federal para abertura de concurso público. “Em paralelo, a gestão regional busca aprimorar processos internos para minimizar os impactos”, ressalta a assessoria.
Outro fator que a empresa diz contribuir para a queda na qualidade dos serviços é a ausência de empregados por motivos de saúde. “A situação é momentânea e recebe a atenção necessária da gestão, redimensionando o efetivo de acordo com a necessidade pontual de cada unidade”.
Os Correios também afirma que o uso do CEP errado dificulta o trabalho da empresa. “essa prática contribui para gerar atrasos ou devoluções de objetos. Para uma melhor prestação dos serviços dos Correios, é necessário que a população mantenha seus endereços atualizados. Deve ser informado o CEP correto da rua, além do nome da rua, número e complemento do imóvel, bairro, cidade e Unidade Federativa (UF)”.