Agências de turismo de Brusque negociam com clientes e empresas para lidar com coronavírus
Maioria das empresas está negociando para remarcar viagens
Maioria das empresas está negociando para remarcar viagens
A pandemia de coronavírus está alterando o modo com que empresas de turismo operam. Em Brusque, as agências têm que negociar com companhias aéreas e fornecedores para que o cliente não seja prejudicado.
No sábado, 14, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, recomendou que agências de turismo e companhias aéreas remarcassem pacotes e passagens de viagens para os próximos 60 dias, sem custos.
Proprietária da CVC de Brusque, Maitê Rodrigues Berti conta que todos os dias precisam lidar com cancelamentos, mas que, na maioria das vezes, as pessoas estão optando por alteração para o embarque no futuro.
“Quando é alteração, é mais fácil recuperar o dinheiro, porque a gente depende dos fornecedores. Estamos isentando as multas de alteração, porém alguns fornecedores não. O mais complicado está sendo a parte aérea, porque as companhias aéreas estão cobrando multa de reembolso e a gente é obrigado a repassar”, explica.
Maitê relata que todos os dias existem alterações da situação do coronavírus por todo o mundo, e que a empresa precisa tomar providências mesmo se for no final de semana.
“Precisamos dar uma resposta ao cliente de imediato, por conta de fechamento de fronteiras de algum país, por exemplo, para evitar transtornos maiores no futuro”, diz.
Proprietário da JRS Turismo, Jonas Rafael Schneider, empresa de Lontras que tem dois representantes de Brusque, explica que existe um procedimento para que todas as pessoas que estão com viagem marcada terem informações para saber como proceder nesta situação.
“Empresas aéreas emitem boletins diários e a gente passa informações diretamente para as pessoas. Hoje, o pior problema que a gente tem é que pessoas que têm viagem muito para frente, muitas vezes estão em pânico e não precisaria haver isto para uma viagem que é tão distante não era necessário. Isto acaba prejudicando as pessoas que têm viagem marcadas para a próxima semana, que são mais emergenciais”, diz.
Segundo Schneider, as companhias aéreas não estão fazendo mais atendimentos pelo telefone, apenas via email ou chat online, para conseguir fazer uma triagem e dar prioridade às pessoas que estão com viagens mais próximas.
“A situação está controlada, tentamos dar o maior suporte possível. As companhias e fornecedores estão bem abertos para a questão de remarcação. Estamos tentando não causar mais pânico, o problema já é grave, cabe a nós, profissionais que trabalhamos em uma área que é atingida diretamente, ter discernimento neste momento e dar a maior tranquilidade possível para o cliente”, ressalta.
A previsão, para Schneider, é que a partir de junho o problema seja normalizado, pelo padrão de evolução do vírus em outros países. “Já temos pessoas que viajaram para a Ásia, por exemplo, porque lá o problema do coronavírus chegou no pico, mas já está em queda”, lembra.
Proprietário da Sierra Tur, Willian Roberto Munch, destaca que é importante para todos os envolvidos no negócio de turismo que o cliente não cancele as viagens.
“Se todo mundo cancelar, muitas empresas vão ter que fechar. Companhias aéreas, hotéis, seguradoras, locadoras de carros, porque o dinheiro voltaria para o cliente. Pelo menos, as empresas estão continuando com o serviço, mas colocando um pouco mais para frente. É bom para todo mundo: o cliente não deixa de viajar, e nós conseguimos continuar com o nosso trabalho”, diz.
Munch relata que as agências de viagens estão em contato com todos os cliente, lidando com as companhias aéreas e que chegou a ficar 2h40 em contato com a Latam para resolver apenas um caso.
“Tem cliente que comprou passagem na internet e está ligando na agência perguntando quanto a gente cobra para resolver o problema dele, porque não está conseguindo fazer”.
Na Rose Cia de Viagens, as viagens que aconteceriam no próximo mês estão sendo adiadas, principalmente as que estariam indo para Europa, Ásia e Estados Unidos. Segundo a proprietária da empresa, Roselaine Erthal Fischer, a expectativa também é que até junho a situação já seja normalizada.
“Para este momento, a busca de viagens tem tido uma baixa, mas para o futuro, não. Por exemplo, a procura de pessoas que estão programando viagens de julho para frente continua. Sabemos que em algum momento este vírus vai parar, assim como foi com o H1N1, por exemplo”, relata.