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Agir questiona Samae e pede garantias sobre segurança de reservatório no Azambuja

Agência de regulação fez inspeção a pedido de morador; autarquia classifica preocupação como desnecessária

A Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí (Agir) fez uma vistoria ao reservatório de 500 mil litros localizado no Loteamento Bruschal, no bairro Azambuja, para definir um parecer técnico. A inspeção aconteceu após um morador acionar a agência, alegando que a caixa d’água estava instalada em uma área com solo muito frágil.

A vistoria foi realizada pelo gerente da Regulação, Fiscalização e Controle em Saneamento Básico da Agir, Ricardo Hübner, um engenheiro representante do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Cesar Albrecht, e o técnico da Defesa Civil, Edevilson Cugiki.

Uma visita anterior havia sido feita em 4 de fevereiro, mas o morador solicitou que outra área fosse analisada, a lateral do morro com final da rua Azambuja, e uma nova vistoria foi realizada em 13 de maio.

A equipe percorreu pela mata a encosta do morro que inicia a rua Azambuja, chegando até o topo do morro. Foi consenso entre a equipe de que a encosta apresenta inclinação importante com relação a terrenos situados ao redor e não foi possível determinar segurança em relação à estabilidade do solo, sendo necessário um parecer de um geólogo.

O representante do Samae informou ao morador que o nível de água no novo reservatório seria o mesmo do anterior que ficou no local por anos. Segundo o parecer técnico, uma avaliação mais detalhada poderá ser realizada por especialista em solo.

Além disso, o parecer identificou insegurança quanto à possibilidade de deslizamento de terra por causa natural, que poderia alterar a estrutura do reservatório. Foi consenso entre as três partes de que seria necessário uma avaliação imediata, detalhada e aprofundada, por profissional habilitado em análise de risco de deslizamento para orientar o Samae.

A Agir solicitou manifestação do Samae referente às recomendações no documento, cronograma para atendimento à todas as recomendações e gráfico de controle de nível do reservatório.

“Questão já superada”

O diretor-presidente do Samae, Dejair Machado, acredita que esta questão já foi superada. Ele alega que a empresa que construiu o reservatório já fez toda a análise sugerida pela Agir e que esta é uma “preocupação desnecessária” do órgão.

“Já foi geólogo lá, não existe problema nenhum, nem de solo, nem de sondagem, nem de estrutura. Isto foi uma coisa fantasiosa inventada por um vizinho do terreno, que se sentiu prejudicado. Nós temos todos os projetos, o Samae não realiza a obra”, diz.

“Se tivesse algum problema, todas as casas e a empresa que está lá estariam condenadas. O Samae não tem como contratar geólogo, ele vai fazer algo que a gente já fez, já fizemos a análise do solo. Respeitamos todos os mecanismos que são necessários para construir um reservatório desses. Isto é uma questão que já está superada”, complementa.

Machado participou de sessão da Câmara de Brusque em março para falar sobre assunto | Foto: Aline Bortoluzzi/Câmara de Brusque

Machado destaca que todas as documentações e processos foram cumpridos e apresentados e que esta foi uma obra necessária para uma população que sofria com a falta d’água.

“Resolvemos um problema que estava se arrastando por mais de dez anos e agora temos que explicar porque fizemos isso, tudo por causa de um vizinho que começou a colocar bobagem no Facebook. Não existe perigo de forma nenhuma”.

Ele destaca que foi necessário aumentar a rede de água do local, já que o reservatório anterior tinha uma capacidade bem menor. Segundo Machado, atualmente ele está funcionando com metade da capacidade, mas, gradativamente, vai chegar aos 500 mil litros.

Reclamações de moradores vêm desde janeiro

Desde a instalação da caixa d’água, em janeiro, moradores mostravam preocupação em relação à estrutura do reservatório estar em uma área frágil. No dia 28 de janeiro, a reportagem de O Município esteve no local, assim como equipe da Defesa Civil.

O Samae sempre reforçou a segurança da estrutura e apresentou documentos inclusive em uma presença de Dejair Machado em sessão da Câmara de Brusque no dia 10 de março, e afirmou que o medo à população foi causado por “alguém de uma forma irresponsável ou por falta de conhecimento de causa”.

O presidente da Câmara, Ivan Martins, teve que interromper a sessão várias vezes já que Knihs, morador que acionou a Agir, e outras pessoas se manifestaram durante as falas de Machado. Uma comissão provisório chegou a ser criada para analisar a documentação.

Após o fim da fala do direto-presidente do Samae e de questionamento dos vereadores, o morador se manifestou contra a instalação do reservatório, acusando os laudos de que a obra foi feita fora dos padrões do edital.