Aglomerações em volta do albergue em Brusque voltam a ser motivo de reclamação de moradores
Realização de festas durante à noite e sujeira em espaços particulares são as principais queixas
Realização de festas durante à noite e sujeira em espaços particulares são as principais queixas
Moradores de regiões próximas ao albergue municipal de Brusque novamente reclamam das aglomerações ao redor do local promovidas por alguns usuários do serviço. O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), como é conhecido, fica localizado na rua Dr. Penido, no Centro da cidade, e divide o espaço com o albergue. Entre as reclamações, está a realização de festas durante à noite e sujeira em espaços particulares.
O Centro Pop tem como horário de funcionamento das 7h às 19h. Usuários do serviço podem entrar até às 19h e devem sair até às 7h do dia seguinte.
Moradores que não quiseram se identificar contam que a situação está preocupante. “Não está funcionando da maneira correta. As pessoas não estão sendo acolhidas. Elas estão dormindo ao relento à noite, chegam em qualquer horário”, conta um morador.
As reclamações apontam que os usuários, que não ficam no albergue, usam os espaços ao redor para consumir drogas, fazer necessidades fisiológicas e até sexo explícito.
“Naquela rua, durante a noite, há um trânsito muito grande de pessoas subindo até lá. Não sabemos se são usuários de drogas, é bem complicado. E nós como moradores, tememos pela nossa segurança, há moradores que têm crianças”, disse um dos denunciantes.
O pedido da vizinhança é de que haja mais segurança nas proximidades do albergue.
Na rua Dr. Penido também fica localizado a sede do Grupo Escoteiro Brusque. Representantes do grupo contam que problemas têm sido gerados desde a instalação do Centro Pop no endereço.
Dentre as principais reclamações estão a sujeira deixada no local por alguns usuários e também a utilização do espaço dos escoteiros para necessidades fisiológicas e consumo de drogas e bebidas.
Em algumas situações, a Polícia Militar já até foi acionada, de acordo com o Grupo.
Outro relato é de que as pessoas também pedem dinheiro e comida dentro da sede. “Já temos reclamado há anos para prefeitura, mas é sempre a mesma coisa. Já tivemos situações deles virem correndo para dentro do pátio para fugir de brigas”, diz um morador.
Questionado sobre os casos de perturbação citados pelos moradores e trabalhadores da região, o major Márcio, do 18º Batalhão de Polícia Militar confirmou que em alguns casos a polícia já esteve no local atendendo ocorrências.
“A gente sabe que alguns não conseguem entrar – por não cumprirem com as normas do albergue – e que dormem fora. Às vezes somos acionados para algumas situações, mas temos uma parceria com eles”, diz.
Ele afirma ainda que a PM costuma aparecer no local para fazer abordagens às pessoas, e principalmente uma revista naqueles que são “desconhecidos” pelos policiais, como os cidadãos que vêm de outras regiões e utilizam o serviço, por exemplo.
Nessa abordagem, chamada de abordagem “qualificada”, os policiais fazem o levantamento de dados do revistado e registros fotográficos para que o sujeito tenha sua identificação no banco de dados do sistema policial.
De acordo com ele, a PM possui programações e planejamentos para que policiais passem no local com frequência.
“Fazemos as abordagens. Sabemos que muitos deles têm passagens por vários crimes, mas que já cumpriram suas penas, estão em liberdade, tranquilos, mas têm o histórico, né. Queira ou não as pessoas também sabem, e assim ficam preocupadas”.
Em casos de vandalização e invasões de espaços privados, o major ressalta que isso configura crime, portanto, a Polícia Militar deve ser acionada nesse tipo de situação. Assim, um boletim de ocorrência pode ser gerado ou eventuais suspeitos podem ser detidos.
Márcio relembra que a PM já atuou e foi acionada algumas vezes para atender ocorrências, que, não necessariamente, envolvem usuários do serviço do albergue, no prédio pertencente à Unifebe por conta de invasões no espaço.
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