Agosto Dourado: médica de Brusque explica importância e tira dúvidas sobre amamentação
Mês de agosto simboliza a luta do incentivo à amamentação
Mês de agosto simboliza a luta do incentivo à amamentação
O mês de agosto, conhecido também como Agosto Dourado, simboliza a luta do incentivo à amamentação. De acordo com o Ministério da Saúde, a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.
Segundo a médica ginecologista e obstetra, Flávia Barbizan, a amamentação é um momento de adaptação da mãe com o bebê após o nascimento, que nem sempre pode ser simples mas possui diversos benefícios.
“O principal benefício da amamentação é que o leite é capaz de nutrir o bebê com o necessário para o desenvolvimento nas diversas fases e confere proteção com anticorpos fornecidos pela mãe”, destaca a médica.
Ela ressalta que a amamentação beneficia tanto o bebê quanto a mãe na diminuição de chances de desenvolver doenças como diabetes, obesidade e hipertensão. E para a mãe, existe a diminuição do risco de câncer de mama.
Flávia comenta que a cesárea, parto normal ou prematuro não determinam se a mulher irá conseguir amamentar. Porém, a descida do leite em maior quantidade acontece de forma mais rápida quando o parto é normal, por conta da influência hormonal.
Nos casos de cesáreas agendadas, quando não passa pelo trabalho de parto, a descida do leite pode levar até dois dias. A sucção do bebê é que irá estimular a produção, explica a médica.
A ginecologista ressalta que não há necessidade de estímulos ou preparo antes do nascimento do bebê.
“A partir do parto, o próprio estímulo hormonal e a sucção do bebê irão estimular a mama para a amamentação, o suficiente para que o organismo libere hormônios como prolactina e ocitocina e o leite logo deve ser produzido”, informa.
Flávia destaca que a orientação nestes casos deve ser o estudo sobre a amamentação. Isto é, saber como funciona e o que pode acontecer e a mulher se sentir preparada.
De acordo com a médica, o bebê precisa mamar na primeira hora de vida, e se não há problemas com a mãe ou a criança, pode ficar diretamente em contato com pele com pele.
“Nesse momento, a mãe tem a temperatura mais alta no pós-parto. Além da amamentação, isso favorece o aquecimento do bebê e também o vínculo materno”, detalha.
Flávia comenta que a maioria dos bebês possuem reflexos naturais e instintivamente sabem os movimentos para a amamentação e fazem o movimento de sugar.
Porém, em alguns casos pode ocorrer um pouco de problemas no reflexo da mamada do bebê ou na posição, também chamada ‘dificuldade na pega’. Outros casos como mamilos diferentes, posição da mãe ou do rosto do bebê também podem ocorrer, destaca.
“Nos primeiros dias de vida isso já deve ser orientado e observado por profissionais que sejam experientes e que consiga orientar a mãe para solucionar o problema”, enfatiza a médica.
Em Brusque, o Instituto Catarinense Anjos do Peito há dez anos auxilia as mães de Brusque e região no processo da amamentação. O atendimento acontece na sede no bairro Azambuja, ou a domicílio. Também são oferecidos serviços de coleta e distribuição de leite, massagem e drenagem.
Atualmente, o aleitamento exclusivo, apenas leite materno, sem água, sucos, outros tipos de leite ou fórmula, é recomendado até os seis meses de vida, desde que o bebê esteja com o crescimento adequado, informa Flávia.
“A partir dos seis meses podem ser introduzidos alimentos. Hoje também se recomenda que a amamentação seja mantida até os dois anos de idade”, destaca.
Flávia ressalta que a história do leite materno fraco é mito. “O leite passa por fases de transição. Pode estar mais claro, mas não significa que é fraco.”, explica.
Segundo ela, o leite após o parto se chama colostro e é considerado importante para a nutrição do bebê, principalmente na passagem de anticorpos.
Dias depois, ocorre a apojadura, a descida do leite em maior quantidade. “Independente dessas fases o leite é nutritivo a todo momento”, informa.
O que pode ocorrer em casos que o bebê não ganha peso, é uma baixa oferta ou produção de leite materno, mas não implica na qualidade do leite, destaca a obstetra.
Receba notícias direto no celular entrando nos grupos de O Município. Clique na opção preferida: