“Ainda não consigo aceitar”, diz mãe de Milena após um ano do acidente que tirou vida da menina em Brusque
Motorista que atropelou e matou menina segue preso na UPA de Brusque
O acidente de trânsito que tirou a vida de Milena Ketlin Ristow, de nove anos, completará um ano no domingo, 17. A menina morreu após ser atropelada pelo motorista André Mott Fagundes no bairro Cedro Alto no dia 17 de julho de 2021. Segundo a polícia, o motorista apresentava sinais de embriaguez.
A mãe de Milena, Alvaci de Abreu, também foi atropelada e sobreviveu. André deixou o local após a colisão e foi abordado pela Polícia Militar, sendo preso em seguida. O acusado responde por homicídio doloso, quando há intenção de matar, no caso de Milena; e por tentativa de homicídio, no caso de Alvaci.
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). André está detido na Unidade Prisional Avançada (UPA) de Brusque e aguarda julgamento.
Após um ano do atropelamento, a mãe de Milena conta que relembra os momentos do acidente que tirou a vida da filha e diz que tem dificuldades para seguir em frente. “Só está piorando. A saudade só piora. Tenho crises de ansiedade fortes e não consigo ir ao cemitério. Está muito complicado. A família está desolada. Ninguém sabe como reagir. Eu mesmo não sei como reagir. Eu ainda não consigo aceitar que ela não está aqui. Está muito difícil”, diz Alvaci.
Sobre o andamento do caso na Justiça, ela comenta que não consegue informações do processo, apesar da insistência em saber como está a situação do acusado. Alvaci cobra que o caso não seja esquecido.
“Ninguém dá informações. Sempre tento saber como está o andamento, mas mandam esperar. Eu ligo para saber e dizem que temos que esperar. Não temos informações do caso”, afirma.
A mãe conta ainda que frequentemente passa pelo local do acidente que ela e a filha sofreram no dia 17 de julho de 2021. Dias após o acidente, homenagens a Milena foram prestadas no local que ficou marcado na vida de Alvaci.
“Não quero que esse caso caia no esquecimento, pois a justiça tem que ser feita. Isso tem que ser lembrado para ver se alguma atitude é tomada e não pode passar impune. Se passou um ano, mas, para mim, é como se fosse ontem, porque lembro de cada detalhe. Passo todos os dias no local e sempre é uma tortura”.
Situação de André
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) julgará no fim do mês o recurso da defesa de André. As denúncias ao acusado serão julgadas pelo júri popular, a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC).
A defesa de André, porém, tenta reverter a decisão que leva o acusado a júri popular e entrou com recurso em segunda instância. A sessão que julgará o pedido está marcada para o dia 29 de julho. Ainda não há data para acontecer o júri popular.
O acidente
Milena morreu após ser atropelada por volta das 18h30 de um sábado. A menina estava com a mãe quando ambas foram atingidas pelo carro conduzido por André, um Fiat Uno.
A mãe sofreu ferimentos leves e não precisou ser encaminhada para atendimento. Já Milena foi atingida em cheio e, com o impacto da batida, foi arremessada a uma distância de aproximadamente 20 metros.
A menina já estava sem sinais de vida quando os bombeiros chegaram para socorrê-la. O motorista deixou o local logo após a colisão, mas foi encontrado pela polícia e preso.