Airsoft se apresenta como modalidade alternativa para os entusiastas do tiro em Brusque
Grupos de cerca de 30 pessoas chegam a participar das partidas no município
Grupos de cerca de 30 pessoas chegam a participar das partidas no município
O airsoft é uma modalidade de esporte de tiro que simula missões militares com armas de pressão regulamentadas e específicas para o jogo, e tem se mostrado uma opção aos entusiastas por tiro em Brusque. Grupos de dezenas de pessoas se reúnem em locais isolados, privados ou públicos, para a prática da atividade. No Brasil, a modalidade existe há cerca de 15 anos.
O acesso ao esporte por conta própria ainda é restrito pela questão do preço. As armas mais básicas custam mais de R$ 100, enquanto as mais sofisticadas, como rifles, chegam à faixa dos R$ 2 mil. Munições custam entre R$ 50 e R$ 100, e os equipamentos como óculos, coletes e acessórios encarecem a experiência completa com material próprio, ultrapassando os R$ 3 mil. Para começar de maneira básica, é possível comprar pistola e munições com investimentos entre R$ 200 e R$ 400. Em Brusque, há lojas que oferecem os equipamentos.
Os tiros não machucam seriamente. De acordo com jogadores, há uma ardência imediata, principalmente se os equipamentos apropriados não são utilizados. Quando o jogador é atingido, ele precisa acusar o golpe e deixar a partida.
As partidas têm objetivos diversos: missões de resgate de refém, captura de bandeira, desarme de bomba e tiroteio livre são algumas das modalidades. A quantidade de participantes varia, podendo ser apenas duas pessoas ou até dezenas.
Os espaços para a prática do jogo costumam ser amplos, e obstáculos e construções proporcionam uma partida mais cadenciada e movida por estratégia. Em Brusque, jogadores costumam ir até as ruínas do que seria o novo observatório astronômico, no Monte Serrat. Galpões, quintais e pátios são ambientes geralmente propícios.
O airsoft tem regulamentações por lei.
Como as armas de pressão são extremamente fiéis às armas de fogo, o porte só é permitido se o equipamento possui uma ponteira de cor laranja ou vermelha, para diferenciá-la de armamento legal. Além disso, é necessário ter a nota fiscal em mãos. Apenas maiores de 18 anos podem comprar. É recomendável também avisar a Polícia Militar de que as partidas serão disputadas, para não gerar denúncias sem fundamento e evitar confusões.
Matheus Moreira, de 21 anos, joga desde os 16 anos e é integrante da Equipe Brusquense de Airsoft (EBA). Ele também já disputou partidas em Itajaí que chegaram a reunir 140 pessoas. A quantidade de jogadores costuma ser proporcional à área do espaço disponível.
“O que mais me agrada é a diversão, a sensação de estar em uma operação militar. É muito real. Algumas armas são full metal, ou seja, têm o peso da arma real. Gosto deste realismo. E existe uma questão de honra, se o tiro acerta você, você tem que se entregar, tem que sair”, explica.
“A adrenalina do jogo faz a gente se sentir em uma guerra real. As características das armas, as táticas de jogo, tudo isso acaba tornando o jogo muito excitante e emocionante. Cada jogo é uma experiência totalmente nova dentro do mesmo esporte”, afirma o jogador Jonathan Vargas, de 24 anos.
Vargas começou a jogar após uma experiência com alguns amigos, e se interessou pelos modos com os quais a modalidade é praticada. “Na minha antiga cidade, sempre costumava jogar em chácaras ou terrenos com obstáculos para dificultar e dar mais emoção ao jogo, até mesmo para haver refúgios e emboscadas para montar as táticas de jogo.”
Espaço adequado e acessível
Jonas Rengel, de 26 anos, criou o campo Área Z, que oferece o aluguel de instalações e equipamentos para a prática do airsoft. O terreno tem praticamente 4 mil metros quadrados e fica localizado na rua Santa Cruz, no bairro Paquetá.
“Achei que seria uma boa ideia iniciar esta novidade em Brusque, por causa do crescimento do Airsoft no Brasil, especialmente em Santa Catarina”, relata. Ele conta que em 8 a 12 grupos utilizam o espaço todo mês, compostos por equipes de quatro a seis jogadores. Nos próximos meses, devem estar disponíveis partidas noturnas.
O primeiro contato com a modalidade ocorreu quando Rengel servia no Tiro de Guerra de Brusque. Na ocasião, foi realizado um curso de atendimento pré-hospitalar tático, no qual foram utilizadas armas de airsoft.